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Showing posts from May, 2015

ESTOURANDO LILASES

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. Em círculos o tempo vai a vida vem a língua vai e vem (bem abaixo do meu umbigo) onde o ventre faz a uva estourar lilases na relva ruiva . (RaiBlue) https://soundcloud.com/raiblue-sales/estourando-lilases

VÍ CIO

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                                                                   . Sempre o último trago você o meu estrago  e esse vício de te ter enfiado entre as virilhas  uma trilha sonora de orgasmos (múltiplos e no volume máximo!) despida   enquanto fumo um cigarro espero mais uma vez a última fumaça (RaiBlue)

EFEITOS COLATERAIS DE EXÍLIOS

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. Depois de alguns afetos efeitos colaterais de exílios a névoa sobre a casa do meu peito a nódoa dos beijos no canto do meu céu cinzento no cinzeiro os restos dos dias tragados as cinzas do tempo tomando o quarto pulmões infeccionados  pela falta do teu cheiro e esse gosto suspeito de inferno (astal) de inverno antecipado forrando a pele  que um dia foi tua lareira a boca é um deserto abandonado um céu sem pássaros e eu o bem-te-vi (de uma sexta-feira) agora mal te vejo pelas ladeiras nas ruas em que um dia te cantei . (RaiBlue)

EPIFANIA SINFÔNICA

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. . Meu corpo são cômodos desacomodados nó apertado de ausências sem nome à deriva o olho é um farol surtado intuição de bicho seguindo o faro persigo falanges no meu tumulto em meio a túmulos decorados com lágrimas de amor e ódio anjos e demônios brincam na minha humanidade enquanto aguardo o fim dos condenados a viver o caos de ser dilema um cristal um prisma de várias cores há em meu peito um epitáfio guardado epifania sinfônica para o ultimo verso o verbo que não usei a vida toda para ser mortal a língua no último poema quando a minha voz for pouca e rouca partir sendo uma canção de Janis penetrando o silencioso azul dos ausentes. . ( RaiBlue )

TUA LÍNGUA RAIZ QUE MASTIGO

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. Foi chão e mar. Um pedaço de Madagáscar eu fui. Uma ilha do teu oceano Um plano etéreo Porque de éter são feitas minhas viagens Ao centro do espaço Onde tudo é fluxo . (Fluoxetina para as horas mortas quando o dia esquece de acordar em mim). Comprimidos e me descomprimo e quase me sinto Deus. No canto do olho ainda mora uma promessa resistente ao caos que a tudo nega. Nos dias despertos o gosto de tua língua raiz que mastigo alucinógeno que acende em mim a tocha da palavra afrodisíaco. . (RaiBlue)

ESCURO LÍQUIDO

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. As águas que batizam os corpos em horas noturnas como essas não cessam e acessam outras memórias dos poros da noite escorrem ritos do instinto enquanto o dia é esquecimento e desordem a madrugada cardíaca me absolve eu a absorvo com um único gole o escuro é tinto líquido vinho que tomas em meu cálice em meu "cale-se!" . Só os corpos falam ( o indizível). . ( RaiBlue )

ANTARES

. A vida passava e eu a um passo dela quase vivia quase via l á c t e antares era eu um continente perdido de mim. .. ( RaiBlue )

SIGNOS

Há Fogo no Momento. Um prelúdio para a profunda idade do memento mori para as alturas. Os signos estão todos na mão. . (Kléber Raga)

TRANSMUTAR

Arraias bagunçam o chão do meu quarto o vento tragado pelo próprio cigarro falece o que era pra ser recordação se transmuta em lágrimas. Rai  deus sabe o quanto é azul essa minha paz e que minha alma e igual aos dentes do dragão  aquele que te dei, que quase morre de tantos sonhos que tinha espero ver-te na voz que atravessa a porta que tenho entre meu corpo sólido e a névoa de meu espírito. . (Danilo Cavalcante) . * Um presente lindo do meu amigo Danilo Cavalcante.

SUPERAQUECIMENTO

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. Um buraco na cama efeito estufa no corpo. Tua ausência superaquece meu cio. Explodo! Querendo novas terras que não vêm. . ( RaiBlue )

GOZO

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E se fez verso tua carne em minha boca engoli o poema até o último gemido até a derradeira palavra esperm(e)ar. . ( RaiBlue )

(IM)PACTO

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Impacto de duas línguas um pacto. O ato: uma promessa escrita com o corpo. . ( RaiBlue )

Um poema para a(MA)r

. Para a Ma toda luz para amar a Ma todo fogo é pouco tem que ter sangue e seiva descobrir na doçura do amargo o mar. Há Ma no mar da melancolia há Luz no fundo das ondas onde o escuro adormece vigiando seu monstro marinho há mar em Ma que é luz que afaga as estrelas ( do mar) e afoga o olho na turva água de dentro amar a Ma é bom e clareia a teia do sentimento e suas antíteses ela que é escuridão e luz um labirinto sem novelo um elo amarelo cor da sua chama Amar(ela) é a (uma) fuga  para o desconhecido encontro será ela um encanto que assusta ou um susto que encanta? . (RaiBlue)

FRACTAIS

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. Estelar a nave a neve que vem desse horizonte distante entre o meu e o seu corpo há fogo eu sei  nas pontas dos hemisférios porque fractais somos  espectros de paz e de inferno mistério esse etéreo gosto na minha boca da tua língua que só sei a ortografia há qualquer coisa que vicia e escapa bússola quebrada em alto-mar no fim do dia e a noite toda pra sussurrar teu nome. (escutaste as ondas?) . (RaiBlue)

EM ESTROFES ERRADAS DE LÍNGUAS MEDÍOCRES

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. Ordena-me o caos com tuas mãos tão donas de si faz de mim um rio de passagem correndo manso sem se importar pra onde dissolve meus moinhos com a tua paz me traz o que me falta (que nem eu mesma sei) me faz poesia outra vez eu que me perdi em estrofes erradas de línguas medíocres é pelas entrelinhas dos teus olhos que vou adentrar tua pele quente e me deitar sobre o teu corpo como se o meu do teu derivasse (como fazem as palavras se roçam e se parem depois se separam e partem levando uma parte da outra) . (RaiBlue)

ENCHENTES ARTERIAIS

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. A noite cresce doída cancro nicotina café amargo ( não há mar agora Go! Go! ) mormaço nada ventila pulmão adentro em tom rosé seu cheiro ácido corroendo as paredes da mucosa  da casa rosa que um dia pintei pra você ( eu que sou tão blue(s) ) no escuro só resta sangue nas frestas dos azulejos da sala do quarto  do banheiro do corpo inteiro hemorragia letal de quem ama e sabe que nem a morte estanca sou a casa que sangra e afunda em enchentes arteriais e profundas de rasos amores. (RaiBlue) .

LÍQUIDA ATÉ OS OSSOS

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. Amanheço mar onda pra todo lado caravelas marinhos cavalos cavalgam as águas que em mim transbordam. Represa aberta para tempos novos. Líquida até os ossos o ar não oxida o tempo em mim. Tenho pulmões aquosos guelras para a guerra mais íntima céu aberto e neblina antíteses supremas me fazem metáfora. Uma meta sem esquadros ou réguas uma náufraga cosmopolita bêbada de vento porque circular é a onda traçando meu destino. Sou uma esquadra que navega a solidão de um verso. . (RaiBlue)

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. Arraias bagunçam o chão do meu quarto o vento tragado pelo próprio cigarro falece o que era pra ser recordação se transmuta em lágrimas. Rai deus sabe o quanto é azul essa minha paz e que minha alma e igual aos dentes do dragão  aquele que te dei, que quase morre de tantos sonhos que tinha espero ver-te na voz que atravessa a porta que tenho entre meu corpo sólido e a névoa de meu espírito. . (Danilo Cavalcante) * Um presente lindo do meu amigo poeta.

LINHA TÊNUE

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É nessa fina fresta que habito e orbito como um sonho escondido  que do real escapa invento ventos só pra ser moinho porque minha paz é feita de barulhosos azuis forrando o chão do meu quarto me deito sobre essa saudade de quartzo (pedra polida no peito) ajeito a lua pra caber no olho ( o terceiro) pra guardar teu sonho em alguma cratera onde o dragão descansa e (des)espera onde o tempo não alcança mora nossa eternidade da minha voz etérea te faço uma ode desintegro a matéria que explode  porque “tudo que é sólido desmancha no ar” que vem dos meus pulmões o que somos mora no entreaberto no caminho do meio perdido no mapa no meio-fio do tangível e do indomável te alcanço quando te desnomeio és...quando te soltas no espaço e te entregas à minha falta de gravidade nem só corpo nem só espírito um estado místico mais do que caminho passagem uma folha que flutua a procura do poema. Uma linha t...

RÉQUIEM

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A noite cai nos olhos escorre até a boca amargo escuro há mar na saliva -afogamento- um Réquiem no peito celebra a passagem. . (RaiBlue)

TÃO SOUL

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Sou sótão só. Sou tão só que até em mim não me acho riacho que corta a imensidão do nada uma onda sonora em decibéis de silêncio um vento acústico que me arrasta pra fora do tempo. Sou tão SOL(ta) na lua que me habita dual do ar argonauta dançarina uma carta de Tarot incompreendida mística mítica sou uma ideia de mim mesma que se perde quando no espelho refletida porque sou sótão ignota uma nota escrita numa parede que nunca será lida para morrer-me em mim inatingível mistério de galáxia. . (RaiBlue)

AGUANDO

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Noite de navegar a g u a r r r rio (a)baixo .........rgasmoooooo ..................................n ................................... d ............................. a....... .........................................silêncio.... . (RaiBlue)

UMIDADE SECRETA

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A chuva entrou pelas frestas da casa do corpo que pedia água fez crescer mandacaru no deserto da cama e quase fomos enchente se não fossem os cactos da verdade represando as tempestades da carne guardamos oásis pra quando tudo for memória e o mofo traga ainda o cheiro do que fomos todo amor é conservado na umidade secreta das pétalas e o meu ainda toca  Oasis  na mesma faixa da última noite em que derramei meus olhos nos teus. . (RaiBlue) https://www.youtube.com/watch?v=I3Hb3TdTn0M&feature=youtu.be

NUDEZ AMETISTA

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Enquanto a manhã te despe a noite me veste de lume. Em meu dorso a lua se deita  e desce atrevida até as ancas sedutora cortesã feminina dama. A kundaline dança  na minha nudez ametista há mística não há métrica à espreita do tempo o olho é a seta sou feita de versos livres que se roçam e gozam nas finas frestas  nas macias fendas no fundo úmido e quente por onde deslizas. Nos becos do meu corpo  há bordéis que acendem em néon teu nome encantamentos de Órion em meus gemidos ouvistes estrelas? . (RaiBlue)

GRAVITO EM TUA AUSÊNCIA

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Meus himalaias encostam em tuas cordilheiras quando um grito se perde no fôlego desse silêncio há chuva no pico mais alto quase toco o cinza numa tentativa vã de esmagar as nuvens com as mãos ( tempestade são blindadas de chumbo ) mas eu insisto em tocar o branco dessa falta de som grávida de cio até parir púrpuros gemidos. Gravito em tua ausência lua perdida de si mergulhada em teu centro sinto cheiros secreções a b i s m o s ou o fundo do teu segredo esfinge dançando com teu enigma o barro vermelho do meu batom em tua terra nua cifro-te com a melodia do meu corpo devoro-te com todos os dentes do amor. . (RaiBlue) Versão em áudio : https://soundcloud.com/raiblue-sales/gravito-em-tua-ausencia

LÍQUIDOS METEOROS

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Dentro da concha do amor a língua é líquido amniótico mar que nutre as veias as vias que veem o invisível. No canto do olho um pássaro se aninha a outro e cantam juntos a palavra mais doce despertando sereias que encantam as águas do corpo. A fonte da palavra nunca seca transborda e borda horizontes além da linha que divide céu e mar o infinito é uma mandala que não para de girar. Paralelos os elos seguem quasares espaço adentro. Líquidos meteoros Rá e Hórus  olhos famintos atirando raios lanças de fogo no fundo do peito. . Lua bacante ao alcance das mãos. . (RaiBlue) . Imagem: Melissa Cooke

SILÊNCIOS CAUDALOSOS

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O sol trouxe em seu rastro um resto de lume a noite é um pacto de silêncios caudalosos quente umidade arrastando tudo. O todo o toldo dos nossos corpos lençóis cosidos por centauros. Quase meio-dia e eu inteira meia-noite. (RaiBlue)

EWÁ

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Em sua mata  Mais primitiva e íntima Está a força e a doçura das águas (que ela guarda) Foge e finge não saber Que para onde escorre Abre caminhos (de vida e morte)  Mesmo sem querer (E ele adentra sua úmida relva E nas folhas escreve sussurros amarelos) Amar é um elo Entre o céu e o mar Que por vezes é rio E ri abaixo do umbigo (Quando o sol da língua dele o fundo penetra) E no seixo do seu sexo Ela recebe sua furiosa onda Quando seu falo fricciona E dissolve seu Exu Em espumas brancas Melada da seiva seminal de sua raiz ela dança Seiva que veste a relva Como neve de inverno Sobre o verão das matas . (RaiBlue) . https://soundcloud.com/raiblue-sales/ewa https://www.youtube.com/watch?v=Q3d_Gj17e4w&feature=youtu.be

ANCESTRAL POEMA

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Ele é o meu chocolate gosto textura cor quando em minhas bocas derretido vira calda me molha o céu e a flora aflora meu ancestral poema quando grito ele gira (sua selvagem língua) e agita minha pomba-gira ele me mestiça e iça as asas do meu corpo derrama espumas do mar negro e viscoso oferenda que eu bebo babo e ele todo bobo em profunda reverência à minha reza me olha molha molha molha nossas águas são uma confidência de amor . (RaiBlue) https://soundcloud.com/raiblue-sales/ancestral-poema