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Meu corpo são cômodos desacomodados
nó apertado de ausências sem nome
à deriva o olho é um farol surtado
intuição de bicho seguindo o faro
persigo falanges no meu tumulto
em meio a túmulos decorados
com lágrimas de amor e ódio
anjos e demônios brincam na minha humanidade
enquanto aguardo o fim dos condenados
a viver o caos de ser dilema
um cristal um prisma de várias cores
há em meu peito um epitáfio guardado
epifania sinfônica para o ultimo verso
o verbo que não usei a vida toda
para ser mortal a língua no último poema
quando a minha voz for pouca
e rouca partir
sendo uma canção de Janis
penetrando o silencioso azul dos ausentes.
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(RaiBlue)
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