Thursday, May 21, 2015

ENCHENTES ARTERIAIS


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A noite cresce doída

cancro
nicotina
café amargo

( não há mar agora
Go! Go! )

mormaço
nada ventila pulmão adentro

em tom rosé seu cheiro ácido
corroendo as paredes da mucosa 
da casa rosa
que um dia pintei pra você

( eu que sou tão blue(s) )
no escuro só resta
sangue nas frestas

dos azulejos
da sala
do quarto 
do banheiro

do corpo inteiro
hemorragia letal de quem ama
e sabe que nem a morte estanca

sou a casa que sangra e afunda
em enchentes arteriais e profundas
de rasos amores.

(RaiBlue)

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