É nessa fina fresta que habito
e orbito como um sonho escondido
que do real escapa
invento ventos só pra ser moinho
porque minha paz é feita de barulhosos azuis
forrando o chão do meu quarto
me deito sobre essa saudade de quartzo
(pedra polida no peito)
ajeito a lua pra caber no olho ( o terceiro)
pra guardar teu sonho em alguma cratera
onde o dragão descansa e (des)espera
onde o tempo não alcança mora nossa eternidade
da minha voz etérea te faço uma ode
desintegro a matéria que explode
porque “tudo que é sólido desmancha no ar”
que vem dos meus pulmões
o que somos mora no entreaberto
no caminho do meio perdido no mapa
no meio-fio do tangível e do indomável
te alcanço quando te desnomeio
és...quando te soltas no espaço
e te entregas à minha falta de gravidade
nem só corpo nem só espírito
um estado místico
mais do que caminho
passagem
uma folha que flutua a procura do poema.
Uma linha tênue: a morte uma ( id)entidade.
.
(RaiBlue)
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