Thursday, May 21, 2015

LINHA TÊNUE



É nessa fina fresta que habito
e orbito como um sonho escondido 
que do real escapa

invento ventos só pra ser moinho
porque minha paz é feita de barulhosos azuis
forrando o chão do meu quarto

me deito sobre essa saudade de quartzo
(pedra polida no peito)

ajeito a lua pra caber no olho ( o terceiro)
pra guardar teu sonho em alguma cratera
onde o dragão descansa e (des)espera

onde o tempo não alcança mora nossa eternidade
da minha voz etérea te faço uma ode
desintegro a matéria que explode 
porque “tudo que é sólido desmancha no ar”
que vem dos meus pulmões

o que somos mora no entreaberto
no caminho do meio perdido no mapa
no meio-fio do tangível e do indomável

te alcanço quando te desnomeio
és...quando te soltas no espaço
e te entregas à minha falta de gravidade

nem só corpo nem só espírito
um estado místico

mais do que caminho
passagem

uma folha que flutua a procura do poema.
Uma linha tênue: a morte uma ( id)entidade.
.
(RaiBlue)

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