Thursday, May 07, 2015

EWÁ




Em sua mata 
Mais primitiva e íntima
Está a força e a doçura das águas

(que ela guarda)

Foge e finge não saber
Que para onde escorre
Abre caminhos (de vida e morte) 
Mesmo sem querer

(E ele adentra sua úmida relva
E nas folhas escreve sussurros amarelos)

Amar é um elo
Entre o céu e o mar
Que por vezes é rio
E ri abaixo do umbigo

(Quando o sol da língua dele o fundo penetra)

E no seixo do seu sexo
Ela recebe sua furiosa onda
Quando seu falo fricciona

E dissolve seu Exu
Em espumas brancas

Melada da seiva seminal de sua raiz ela dança

Seiva que veste a relva
Como neve de inverno
Sobre o verão das matas

.
(RaiBlue)

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