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Showing posts from April, 2015

CORPO DE GELO SECO

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Reluz no azulejo a luz branca do poste. os teus olhos de constante fuga é um diagrama na sonda do barco que está perdido nas ondas eufóricas do pacifico. minhas lágrimas estão chorando a morte que meu faro de vendedor de algodão doce percebe nos becos milimétricos do centro pois nosso amor já dei aos meus pais quando criança meu corpo de gelo seco se liquefaz no retrato guardado na gaveta borrando a imagem do passado que guardo por isso me afogo, e o ar que falta - me rasgo. a faca que existe no meu berço é a arma mais intensa e dócil que possuo aquela que dança cortando as ondas e me faz sentir o gosto de sal, o gosto da vida assim como as montanhas de água cristalina que me banham e me saciam na madrugada gelada evocando meus pesadelos de assassino do bem fazendo-me lembrar das histórias de vovô quando dizia que os pântanos sempre engolem as casas que ali tentam se instalar. (Danilo Cavalcante) . *Inspirado no poema "CORPO DE ÁGUAS PANTANOSAS", de...

CORPO DE ÁGUAS PANTANOSAS

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Pelo chão do quarto o quartzo verde do meu olho é quase mar revolto (lágrimas de algas e a salsugem do nosso amor ainda grudada no meu faro) meu corpo de águas sobre retratos espalhados alagando um passado que não passa afogo rasgo  corto as ondas da dor à faca nada se desmancha nado tudo é espanto! você um pântano engolindo a casa . (RaiBlue) . *Imagem: Malcolm Liepke. https://soundcloud.com/raiblue-sales/corpodeaguas

NÔMADE

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Quando o escuro rasga o céu do tímpano um estrondo de amor corta o silêncio em dois rios sem margem se invadindo sem fundo afundam na vastidão do outro nus absortos absorvem o tempo dissolvido no infinito do corpo (quando a carne perde seu contorno mergulhada em vapores líquidos) tão mortal o amor se fingindo de imortal num breve momento afoga em seus afagos os amantes e voa impiedoso para longe  depois que consome o gosto suculento do primeiro instante amor é sempre nômade . (RaiBlue) Versão em áudio :  https://soundcloud.com/raiblue-sales/nomade

VIVAS VULVAS

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. Quando em ti  Saio de mim Sem identidade Sou entidade incorporando tua alma Fazendo da tua carne Cama  a s asa Voando-te por dentro Pelo avesso  Teu corpo em néon Acende a noite inteira e nua No céu dos sussurros Todo silêncio é som ( de águas-vivas de vivas vulvas) (RaiBlue)

SELVAGEM O SOM DAS ÁGUAS

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Se quando patas me arranha o ventre Eu água te engulo até o fundo úmido e quente Te domo leão na relva orvalhada E quando tu peixes nada  Eu viro alga entre teus dentes Mastiga -me Mar iça-me em tua saliva Selvagem o som de nossas águas  . ( RaiBlue)

O PACTO SILENCIOSO DOS MERGULHOS

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Embrulho dezembros no peito E eles têm o teu rosto Em cada traço um veraneio Faço de tua ilha Um cais para o meu (a)mar Que arrebenta no mundo E sempre retorna a ti Por teimosia das ondas  Pelo cansaço das águas que me agitam E clamam por calmaria O mar nunca esquece o cais O porto O pacto silencioso dos mergulhos Efêmero e eterno ( como as ondas) Qualquer maneira de amor Vale o mar . (RaiBlue) P/ Samuel Em 18.12.2014

HISTERIAS DO CORPO

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. No que é vão há um clarão que trai a visão e passa tão rápido nos arrasta num rapto da razão répteis rastejamos nos vãos do vazio cheios de cio não sentimos o poço a poça e pensamos ser rio o que era apenas cachaça histeria do corpo mais nada sentidos sem sentido mergulhando no oco ilusão vértebra quebrada . (RaiBlue)

DÁ ONDA

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. De longe tua voz vem como um lounge me arrastando em movimentos involuntários há ritmo marítimo o som você em mim (dá onda dá onda dá onda) meu estrago um trago de você todo dia * * * vicia . (RaiBlue)

PRETEXTOS

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. . Teu corpo pretexto para minha língua  pontuado por teus sinais meu texto em ti é um poema metáforas atravessavam as três marias no final  de tuas costas     eu vi então ali o céu invertido    acho que o amor é assim vira tudo de cabeça para baixo  (inclusive a cabeça para buscar a exclamação perfeita!) é quando céu e mar molham a língua  depois as reticências do repouso  (até o próximo sinal) (Rai Blue)

DAMA DA NOITE

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Arranho-te o íntimo onde nem sabes quem és e faço-te então meu affair dama da tua noite domo teus medos com os dentes tatuando minha fome em tua carne trêmula vou acender teus becos mais estreitos no fogo dos meus beijos e seus açoites Baco dança em minha boca doce  como o teu gosto que já sei (melando as virilhas só de me olhar) arranco-te o barro da realidade do teu sangue extraio o álcool mais forte (quero-te ópio exalando do meu corpo) em tua mente minha lótus se abre como uma mandala carnívora e engole teu caos nevooso atravesso tua nevasca nua e de porre enlaço em meu bêbado azul teu cinza aquoso teus muros caem  (céu chuvoso desabando no mar) e sob minha lótus inflamável ergues um novo país sob o luar jorramos um prateado gozo (independência e morte!)  .  (RaiBlue) * Versão em áudio:  https://soundcloud.com/raiblue-sales/dama-da-noite

DIAS DE BLUE(S)

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. Céu de chumbo Não blindado o corpo é baleado de cinza Dias nublados são dias de Blue(s) Dissolvido no céu da boca Um gosto amargo Uma saudade antiga Nas gotas de chuva O dia míngua A noite cresce  Antes da hora Antes de um novo amor chegar (a cama  imensa para um corpo só) (RaiBlue)

TUDO NOW E BYE, BYE.

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. O sal da pele no suor do dia carrega ainda uma saudade da noite onde outros vapores abrem poros e peito pela ruas desfilam infláveis luas crescentes nos olhos dos amantes a madrugada dos corpos pinga nas calçadas pinga cachaça para suportar as horas de tanta lucidez até que o escuro traga outro trago outro estrago então me esfrego me naufrágio frágil nau sem depois tudo now e bye bye . (RaiBlue)

NA ETERNIDADE DO CORPO

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. Pendurou o tempo atrás da porta (depois que ele entrou) abriu a eternidade do corpo sobre a cama (enquanto possuía ele) e foram felizes (enquanto se esqueciam e se aqueciam) o mundo ejaculava ali contraía e molhava contraía e molhava contraía e molhava até se lembrarem  da chave da porta do tempo batendo contrariando as batidas cardíacas arrancaram a porta e mergulharam infinito adentro . (RaiBlue)

PELE

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. Quando tudo é creme teu crime é não aproveitar a pele não colher os morangos no(s) pé(s) no tronco que dá  na polpa da fruta que você não desfruta porque não Sade* . (RaiBlue) . *Marquês de Sade.

NAS AVENIDAS DO MEU PEITO

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. Se sou Machado  não poderá me Captu(rar) meus olhos oblíquos confundirão as retas dos seus cheios de ressaca os meus te arrastarão nas ondas há um arrastão de corações nas avenidas do meu peito (RaiBlue)

ÚMIDO CÉU DA BOCA

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. A  manhã  ser úmido céu da boca línguas catando estrelas c a d e n t e s cá dentes arranham o dia ainda há noite aqui ainda há nós em mim . (RaiBlue)

AMOR À PRIMEIRA MORDIDA

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. Quando me atropelou  nas esquinas de tua língua foi amor à primeira mordida de prosas letras poemas e de conto em conto o encanto o encontro e agora toda palavra é canto pré texto de corpos mar ansiando ondasondasondasondas . (RaiBlue)

ABSURDA-ME

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. Absurda-me no concreto do seu corpo faz-me poesia de mãos  e língua deixe a palavra se afogar no caminho  (do meio) (enquanto o dia míngua) e tudo será (ben)dito no rito no riso no risco de nus escrever(mos) (n)a linha que faltava  do nosso destino: poema. (RaiBlue)

COMO UM MILAGRE

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. Meu ser tão seco acordou oásis o corpo e a cama encharcados mandacuru se abriu como um milagre (no meio das pernas) (RaiBlue)

AFOGO NO TEU AFAGO

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. De tanto caos as ondas arrebentaram o cais me afoguei em teu afago tão fugaz e agora tanto faz esse vem e vai o teu raso não me alcança mais sou o fundo do mar  em silêncio profundo salsugem que paira na pele do mundo (RaiBlue)

TEMPO PRA DURAR

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. Ela  ali menta Ele cá nela os dois, um chá de fim de tarde e tudo arde ar de quem esqueceu a pressa ( e as chaves ) sem portas ele aportou no oásis dela ela sussurrou  Oasis em sua carne e a noite nasceu no corpo no copo de mar que bebiam depois de uma longa espera agora todo quase finalmente acontecia e amor tecia o tempo pra durar no cais dos sexos a noite caía e a língua catava estrelas do mar . (RaiBlue)

PATRIAMAR

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. O mar   minha pátria todo o resto  exílio amordaçando o sentimento  que só queria ser onda para ao fundo das águas  retornar . (RaiBlue)

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EXATIDÃO DAS ONDAS

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. hibernam sons aqui no casulo do ouvido. roçam a minha pele e trepam com meus sinais marrons que o sol pintou no verão passado e outros que são ancestrais da minha ruividade ( e eles sempre escorrem pras zonas baixas na curiosice de saber se vermelho lá também). há borboletas que se espalham pelo estômago e saem pela boca, deixando o voo na língua, num beijo com gosto de asas batendo suave, que faz girar o mundo quando tudo saliva, enchendo a boca de cardume, quando num mergulho bom das línguas, o voo cai sobre as águas do corpo....e asas viram escamas que viram cama feita de pele e peito. e tudo é sol e riso. tudo impreciso na exatidão das ondas. (RaiBlue) Marcar foto Adic