Reluz no azulejo a luz branca do poste.
os teus olhos de constante fuga
é um diagrama na sonda do barco
que está perdido nas ondas eufóricas do pacifico.
minhas lágrimas estão chorando a morte
que meu faro de vendedor de algodão doce
percebe nos becos milimétricos do centro
pois nosso amor já dei aos meus pais quando criança
meu corpo de gelo seco
se liquefaz no retrato guardado na gaveta
borrando a imagem do passado que guardo
por isso me afogo, e o ar que falta - me rasgo.
a faca que existe no meu berço
é a arma mais intensa e dócil que possuo
aquela que dança cortando as ondas
e me faz sentir o gosto de sal, o gosto da vida
assim como as montanhas de água cristalina
que me banham e me saciam na madrugada gelada
evocando meus pesadelos de assassino do bem
fazendo-me lembrar das histórias de vovô
quando dizia que os pântanos sempre engolem as casas
que ali tentam se instalar.
(Danilo Cavalcante)
.
*Inspirado no poema "CORPO DE ÁGUAS PANTANOSAS", de RaiBlue.
No comments:
Post a Comment