Tuesday, April 28, 2015

CORPO DE GELO SECO


Reluz no azulejo a luz branca do poste.
os teus olhos de constante fuga é um diagrama na sonda do barco que está perdido nas ondas eufóricas do pacifico.
minhas lágrimas estão chorando a morte que meu faro de vendedor de algodão doce percebe nos becos milimétricos do centro pois nosso amor já dei aos meus pais quando criança
meu corpo de gelo seco se liquefaz no retrato guardado na gaveta borrando a imagem do passado que guardo por isso me afogo, e o ar que falta - me rasgo.
a faca que existe no meu berço é a arma mais intensa e dócil que possuo aquela que dança cortando as ondas e me faz sentir o gosto de sal, o gosto da vida
assim como as montanhas de água cristalina que me banham e me saciam na madrugada gelada evocando meus pesadelos de assassino do bem fazendo-me lembrar das histórias de vovô
quando dizia que os pântanos sempre engolem as casas
que ali tentam se instalar.
(Danilo Cavalcante)
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*Inspirado no poema "CORPO DE ÁGUAS PANTANOSAS", de RaiBlue.


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