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Showing posts from March, 2008

No meio do caminho, uma flor de lótus...

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Sou tão ampla, sou tão vasta Misturada às águas escassas do coração Corro entre os vermes diários do tempo Escondo-me em sulcos que invento Sobrevivendo às balas perdidas De bárbaros selvagens Nas jaulas das cidades... Nesse planeta humanolaico Himalaias de solidão Clandestina, estrangeira Sem clã e sem pajé Sigo,nômade,pelas fronteiras Sobre o fio invisível da fé... Sou mandacaru Nos grandes sertões urbanos Saga de dores e desenganos Sou a insanidade do acreditar... Utopia ou rebeldia secular! Maiakovskianas canções Despertam-me todos os dias Sol da meia-noite, milagre! Estrela guerrilheira de Guevara A guiar meus passos Andarilha descalça... Da bomba atômica, sou a rosa cálida Que sarou as feridas e refez Hiroshima Radioativo, meu espírito irradia azul Desmancha céus de estanho Nos castanhos olhos nus da madrugada... Aura se expande entre alfa e ômega Espectros de luz alcançam sombras Em plena guerra cotidiana Brota uma flor-de-lótus Do meu nirvana... Jorro néctar sobre as bombas Ado...

Presente de um anjo red ...

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Versos sem rima Coração sem rumo Olhos, azul, pecado Portal de mistérios Eros, Afrodite! Átrio de encantos Segredos de mulher Anjo / demônio, Arcanjo red. Prazer que assusta! Tormento de m´inhalma Pulsações fibriladas Pântano de luxúria. Ptéros! Pensamentos desnudos, Côncavo no convexo Contorno de curvas Pecados em Vênus. Sangue em Marte, Azul da lua, Calor do Sol, Negror de Plutão! Sons guturais Sabor, suores, humores. Sussurros...Perdição. Lubrificações... Pêlos, tez, tácito, trêmulo, Olhos azuis. Estupor em green Líquidos em blues! Coração...Molto Pulsação...Vivace Pensamento...Tremito Troppo...Troppo! Olhos Azuis, Mar sem porto, Nau sem timão, Viagem sem volta. Doce, salgado. Pêlo eriçado Absinto molhado. Anis amaro. Sono, sonhos. Volitação, divagação. Aroma de encantamento DOCE MULHER! Colo! Colo em azul Colo em blues Colo de Raiblue! (Raphael Reys)

Uni Versos In sustenidos

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O a Cai a noite Sobre mim Sussurra Chopin Trilhas em segredo... Sonoras texturas... Clássica A música Embriaga sentidos Agita dedos Tatua na pele Versos molhados De mãos dançarinas... Suor escorrendo Luas crescendo No ritmo da respiração Céu ofegante Disritmia Explosão ! Ápice do concerto In sustenidos Gemidos Acesos !! (Raiblue)

PELA JANELA UM BLUES PARA RAIBLUE

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PELA JANELA UM BLUES PARA RAIBLUE! A lua movia-se com sua pureza no abstrato daquela noite longa, esférica e cheia de tristezas e brisas. Escutava-se ao longe o solo da clarineta de Tony Parenti, ou seria o piston de Max Kominski? Numa movimentada festa de jazz, animava os anjos e demônios que dançavam em verdadeira farândola de tolos e inocentes. O homem, esse ser dito concreto mata tudo que ama e isso levou Santa Teresa, a concluir na gravidade de uma capela:´ seamos todos locos!” O ar nesta noite tem o sabor de um samba de Ismael Silva ouvido depois de um dia de ferocidade urbana. Finalmente com as estrelas a se mostrarem na amplidão dos céus, brisas e reflexões. A vida ora é simples, ora contemplativa, ora metafísica, ora brutal! Ora divinal, ora dantesca. No confronto do homem com a vida, ele corre o risco de transviar a sua pureza, e a vida de sofrer danos na sua elaboração maturada. Pela janela passa Débora com uma curtíssima mini-blusa de flagrante variedade d...

Blues & Poesia

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Hoje o meu blues Rasga o presente Invade o passado Tudo que em mim Sobrevive Velhos poetas Poesias eternas! No Rimbaud Intensidade da carne Exposta à lama! Místico selvagem Que me acompanha... De Baudelaire A serpente que dança Conduz a mente No bordel dos sentidos Mais ardidos! Quando chovo Sou Clariceana De corpo inteiro Mergulho sem volta Eus traiçoeiros... Maiakovskianas Revoluções silenciosas Buscando Pessoa Dividida entre tantas Outras que me habitam... Sou só... Eu e os poetas Que me agitam Submersa nas águas Interiores moinhos São eles Bandeira Meu grito de desordem De mão dadas vamos Drummondiandando Entre as pedras do caminho... E o blues Cortando os pulsos Da noite.... Sangrando os versos Que não estancam... Verborragia.!! Sílabas arranham as cordas Desafinam as estrelas Adormeço no silêncio Vermelho Sozinha... (Raiblue)

Liberdade, ainda que poesia!

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C oágulos de pensamentos Explodem na noite sanguínea Derrame de desejos Inferno no peito E uma dantesca solidão... Da janela, aguardo um cometa Qualquer coisa Que não me submeta Que me salve de mim... Hoje não quero me enfrentar Quero somente transbordar...esvair... Consentir todos os delitos Ser o poeta maldito Cuspindo as dores Nos bueiros da carne! Hoje quero me prostituir Sem cobrar nada Hoje me dou de graça Sem medo do gatilho Da manhã seguinte... Hoje eu atiro na vida E renasço livre Do tédio dos dias Dos remédios e horários Dos medos diários... Quero uma overdose de delírio Tocar o nirvana dos meus sentidos Num trance ... drum’bass Ou qualquer ritmo... Só por hoje Aborto a culpa Corro o risco da inquisição Atiro-me na fogueira E mordo as estrelas Lambo cada ponta Meto a língua no meio E a palavra cadente Desafia o caos! Goza o céu... Gozo eu... E o universo inteiro! Partículas de versos Orvalham ...

Eterna tragédia romântica...

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Morreria por ti Shakespeareana mente Impossível amor Num século efervescente Pós- tudo Póstumos sonhos Póstumas memórias Póstumas histórias Pós-amores Sem poesia Sem nostalgia... Sem ti Seria assim Um vivo morto Um vulto perdido Um uivo solitário Num vale sombrio Um aceno Sempre despedida Flores que perfumam o túmulo Tumulto e silêncio Da dor cortando os pulsos Doando-te meu sangue Para finalmente Estar dentro de ti Por séculos e séculos Eternos... Rômantica mente Contra o inferno Pós-moderno! (Raiblue)

Feminessências...

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Entre as cores de Frida Eu me calo Minhas dores Meus amores Meus del(írios) diários Clariceanos caminhos Entre os fios do cabelo Trançados Transforma(dor ) em paisagem Meus desejos pintados No coração selvagem Desperto Eros e Afrodite Carrego no ventre O princípio e a serpente Sou Yin nos verões Yang nos temporais Sou o mar e o cais O porto inseguro dos teus ais Sou Florbela e sou Amélia A que mergulha nas profundezas E a que serve o café na mesa Pagu ou Capitu Sou a ressaca do mar Meus olhos seu navegar... Bovary e Salomé Sou o que você quiser Sou Helena de Tróia E sou a mulher de Atenas Sou a saga, sou a senha A antiga e eterna epopéia A ficção nada científica Sou filosófica mente mística! Sou romântica e pós-moderna Sou a voz rouca que se liberta Blues e soul desse poema Um cântico de resistência! Energia cósmica, pétalas de rosa Feminina essência... Sou a explosão da placenta! Sou (á) vida , ainda que severina Ser (tão) delicado De cactos e mandacaru Sou o fim e o começo Aquela n...

Selvagens de terno

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Lá vai o homem ... Drummondiandando Catando as pedras do caminho Sem sapatos Pés descalços Zapata no coração Lá vai o homem ... Na contramão Do sistema Clamando revolução Terra para pisar Plantar os sonhos Brotar nação Despertar Zumbi Nos palmares E no sertão! Lá se foi o homem... Passos atrofiados Pelo sangue derramado Sobre o chão rachado Pela disputa do espaço Direito de todo cidadão Erosão da vida, esvaindo-se Manchando o céu da bandeira Apagando as estrelas Proclamando a ordem Dos burocratas Na desordem brasileira Onipotentes mentes Cordilheiras de imbecis Leis de fogo Nas mãos, fuzis Tragicomédia humana Homens se devorando Primatas modernos Selvagens de ternos Brindando com o sangue Da população O império da corrupção! (Raiblue)

Re composição

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Na partitura Do coração Um chorinho De notas molhadas Moinhos de sangue A des petalar Rosas coronárias Convulsão arterial Confissão final Silêncio bombeia dor Penetra veias Não estancadas Jorram lágrimas vermelhas Internas cisternas Poço sem fundo Poças, meus submundos Abismo, morte, muro Basta o pulo E exorcizo a dor Chuva passada Re pouso Nova estrada Uma borboleta verde Anuncia esperança Além da lama, o horizonte Além das sombras, um vale... Renascerei azul? Só se for Em tom maior... (Raiblue)