Saturday, March 08, 2008

Feminessências...


Entre as cores de Frida
Eu me calo
Minhas dores
Meus amores
Meus del(írios) diários
Clariceanos caminhos
Entre os fios do cabelo
Trançados
Transforma(dor ) em paisagem
Meus desejos pintados
No coração selvagem
Desperto Eros e Afrodite
Carrego no ventre
O princípio e a serpente
Sou Yin nos verões
Yang nos temporais
Sou o mar e o cais
O porto inseguro dos teus ais
Sou Florbela e sou Amélia
A que mergulha nas profundezas
E a que serve o café na mesa
Pagu ou Capitu
Sou a ressaca do mar
Meus olhos seu navegar...
Bovary e Salomé
Sou o que você quiser
Sou Helena de Tróia
E sou a mulher de Atenas
Sou a saga, sou a senha
A antiga e eterna epopéia
A ficção nada científica
Sou filosófica mente mística!
Sou romântica e pós-moderna
Sou a voz rouca que se liberta
Blues e soul desse poema
Um cântico de resistência!
Energia cósmica, pétalas de rosa
Feminina essência...
Sou a explosão da placenta!
Sou (á) vida , ainda que severina
Ser (tão) delicado
De cactos e mandacaru
Sou o fim e o começo
Aquela na qual não me reconheço
Sou milhares
Sou mulher...


(Raiblue)

2 comments:

Max da Fonseca, said...

"Ser ou não ser, eis a questão" (W.S.)

Eu -TAMBÉM- prefiro ser essa metamorfose ambulante.

Thiers Rimbaud said...

>Sou Yin nos verões
Sou Yang nos temporais>......


Quem é Yin e Yang não precisa se Bovary.

Apenas pq é o todo!