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Showing posts from December, 2010

GAZA DAS MINHAS GUERRAS

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O perfume é um eco da tua carne No silêncio da minha Há fome no cheiro Vontade de morder o tempo Até sangrar a pele das horas [os pelos no lençol da noite que não dorme] Abortar os dias e voltar ao que nunca morreu   [canibal a saudade me come no meio da rua tocaia acesa meu afluente em febre] Não estar [sendo] dói Ainda que a dor goze [de] em mim De vez em quando E eu até goste... Um tédio esse Tejo que corre na distância Gaza das minhas guerras Sádico rio do amor [é quase um Sena a cena do meu gozo acenando na esquina do escuro que nunca finda] Miragem suicida Sua lã_mina entre os lábios Corta-me as estrelas Não tece o céu que sonhei ... E a boca ainda úmida de lume [rastros das luas que gozei] A_dor_mece com teu nome na saliva... (RaiBlue)

UM NU OUTRO...

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Arranquei os ponteiros do tempo Quando entrastes em mim Num poema que matava o amor [ou o amor matava o poema?] Lembras? As palavras sangravam a noite imensa Singravam ao teu coração-saveiro Acendia um cigarro no maço intragável das horas [Do outro lado teus olhos acesos Infl_amáveis mares] Foice! E foi-se o silêncio corrosivo dos dias No marulho de tua veia so_lar E nunca mais quis outra casa Em tuas ondas sou toda alto-mar! Lírios e sândalos A_cor_davam a pele nua do vento... Tu me salvavas de mim E eu te prendia em meu silício-cor-de-céu [ bebias cálices de meu uni_verso como quem bebia meu corpo submerso] Eloqüente vontade de morrer Um nu outro Ninguém via Só nós dois caminho... (RaiBlue)                                            ...

Pornôssoneto I

Em mares sempre dantes navegados bolinando naus e bocetas de tabaco bebendo vinho, erguendo meu taco estarei guapo marujo embriagado salvando com a lanterna dos afogados as sereias e damas com seus rendados acochando-as nuas em pleno mar entesourando-lhes de pernas para o ar enfiarei meu gládio nas suas entranhas como singra minha quilha as entranhas do mar e altaneira e bela será testemunha lua cheia, plena e tranquila de manhas. prateada, tão bela, alva senhora em doce luar e gozo e te arranho toda à unha... (Sérgio Bezerra)

Pornôssoneto II

 Vontade minha você todo Pagãs as noites teu corpo Rola(s) no centro do mundo Boceta engole fundo [ faz fogo!] Mar pleno tua língua dentro Umidade toda a fenda a foda! Afogo-te no escuro pinto e bordo Na lã terna da minha pele! Sereia seria se não fosse Sade Na cabeceira da mente pervertida Te acocho nas ruas nos becos sem saída Testemunha a lua acende o mar Que singra do teu ao meu sexo Arranha-me o céu que te gozo inferno! (RaiBlue)
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"...onde o fim da tarde é lilás, onde o mar arrebenta em mim um lamento de tantos ais..." Foi uma tarde que se derramava pelas margens do tempo e fundia azuis de fora e de dentro. Nós, navegantes das ondas sonoras do corpo e da cidade extraviada do caos cotidiano. Não havia maquiagem, a face das esquinas e suas meninas era algo que continuava exalando um cheiro ‘gregoriano’ e rasgava a sonolência da vida pacata demais, mas tudo ardia naquele instante tão grande derrapando entre igrejas, curvas e ladeiras , e tudo cabia ali , uma imensa tela abstrata, onde podíamos pintar o mundo, pendurando uma rede sobre a dor que atravessava os pés do humano sobrevivente. E, então, os olhos se enchiam de um espanto cheio de purpurina, diante daquela baía que já não era mais só de todos os santos, era nossa, era o nosso sangue na oferenda da tarde ao eterno anoitecer, que já tingia o céu, desenhando uma lua que cortava a noite em retalhos de sonhos costurados no cetim das estrelas, como ...
I O tempo desbotado Na lente embaçada do olho Na pele a casca enrugada da vida A casa demolida do corpo   II A  noite me corta foice afiada funda na aorta III Uma manhã Na cordilheira do teu corpo Depois Um ant_ártico  silêncio... IV  Vista-me com a pele Da tua língua E despirei tua poesia Ao dente... (RaiBlue)
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Dançemos no Paço afiados no aço da língua que nas bocas do corpo e da noite vibra! no laço lasso do meu abraço há um barco sem salva-vidas nesse mar de mim só há ida Não há como voltar só há voltas (e volts!) que contornas em cada ato... Co_metas na relva lúbrica melaço dis_sol_vendo aço em mel... amasso há março nessas águas fecharão o verão?
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Computa a dor em bytes de memória o sistema for_mata a vida o vírus do tempo vence o homem (alzheimer) no desmatamento da nossa história sobrará uma árvore ( de Natal )? (não escaneada) um sorriso que não seja photoshop mas de chopp num fim de tarde onde a vida arde (àvida) numa tela natural da baía de todos os santos...? (ou deletará até as crenças o disco rígido do sistema?) (RaiBlue)

Inverão...

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...enquanto chovo fertilizo a melancolia que paira sob o sol dos meus olhos a estação indefinida (inverão) como eu parada na estação que só eu escuto e que nenhum trem chega minha viagem é por dentro interiores de riachos e pés desacalçando a vida me tranco na íris da memória onde me salvo da cegueira de ser pó(s) moderno me interno no meu silêncio aldeias virgens o verde ainda é possível no meu olho nu e eu contrario Drummond contra rio e vou extraio rios entre as pedras do caminho... (RaiBlue)

Fênix rasgando seio-aberto...

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Teus olhos: ruas e desvios fugas fios fusíveis so(l) brados rede e balanço passeio cela ceia cio silêncio de tarde finda mar afundando na neblina amasso de corpos fumaça e a noite chega fugitiva e molhada fênix rasgando seio-aberto Hendrix dedilhando estrelas (minha boca) jazz sobre o blues das esquinas do Carmo e o meu blue céu de dezembro é quase uma pintura refletida nas águas do corpo miragem tatuada eu tua soul plasma asma falta-me ar... (RaiBlue)