Tuesday, December 28, 2010

GAZA DAS MINHAS GUERRAS


O perfume é um eco da tua carne
No silêncio da minha

Há fome no cheiro
Vontade de morder o tempo
Até sangrar a pele das horas
[os pelos no lençol da noite que não dorme]
Abortar os dias e voltar ao que nunca morreu

 
[canibal a saudade me come no meio da rua
tocaia acesa meu afluente em febre]

Não estar [sendo] dói
Ainda que a dor goze [de] em mim
De vez em quando
E eu até goste...

Um tédio esse Tejo que corre na distância
Gaza das minhas guerras
Sádico rio do amor

[é quase um Sena a cena do meu gozo
acenando na esquina
do escuro que nunca finda]

Miragem suicida
Sua lã_mina entre os lábios
Corta-me as estrelas
Não tece o céu que sonhei...

E a boca ainda úmida de lume
[rastros das luas que gozei]
A_dor_mece com teu nome na saliva...


(RaiBlue)

No comments: