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Showing posts from November, 2009

Um golpe a galope de mil Pégasus!

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A rede entre sobras de sol Numa manhã que nem me lembro Vazou o mar das paredes E inundou o coração que pensava Ser naufragar apenas um poema Comboios de cem sentidos atravessando A completa incompletude dos ventos O verso uivando faminto Bebendo o tempo e suas tempestades Devorando a carne exposta à lua Que grita num silêncio nu... E eu puta que o pari entre os dedos Marginal pelos becos da minha sede Deixo-o que me masturbe Dando-lhe as mãos e a língua do meu amante Abro a glande da distância que some No pulsar de orgasmos de múltiplos topázios! Falo navegando espumas em minha caverna Divino Eros a trazer a luz antiplatônica Ereto verso penetra-me por trás e sangra Como um golpe a galope de mil Pégasus Rasgando a certeza de que já havia esquecido... Quem es_finge ? Devora-me o poema enquanto o corpo treme Não decifro se mito ou minto Cifro o teu nome no meu grito Como um eclipse raro E me abs_traio neste instante pleno [sem culpas luvas ou lupas] V...

Saraivadas e en_cantos noturnos...

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  Foi uma noite de mar sobre mar Saveiros perdidos no candeeiro dos olhos A alma cantando no terreiro dos corpos Nossa divindade transpirando um amor profano Clamando Aruanda Aruanda Aruanda! E Araúnas nós fomos sobre montes [quase santos] Auras azuis e um rubro acalanto Asas vento fogo e todos os quebrantos No ritual dos barcos desalinhando o horizonte! E já não éramos nós quando um no outro se espraiou Éramos uma entidade desconhecida girando pela casa Que batucava por toda nossa via náutica Num cortejo de poros exalando dendê Pimenta no reino do bem querer! E no borbulhar das águas vivas Deixávamo-[nus] queimar como cálidas oferendas Lançadas ao mar de uma noite plena Na respiração o tambor do desejo rodopiando Infl(amamos!) [e o axé escorre por todos os cantos!] A_manhã_sendo eterno hoje Sem rimas nem teoremas Pura exaltação no remo das línguas Nos virando pelo avesso Num verso aceso dentro da boca Vela pro nosso orixá! (RaiBlue)

Dançando com Hamlet

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Prazeres alucin(antes) antes antes antes de amanhã virar passado todas as manhas e manhãs te darei no hoje que me despe (pra ti) e  depois  pois deixa o dia dizer no que in_vento virá... verá o tempo tirar sua máscara no intervalo entre um ato e outro danço com Hamlet essa tragicomédia de ser deus e ser cortesã dos teus(meus) desejos... No palco da vida tudo é personagem é nas coxias que te deixo ver minha face [ e minhas coxas] Diz face O que o disfarce não diz Des_faz o que calo Num ato  (há)final??! (RaiBlue)

Por trás da página, uma noite sem neblinas...

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Foi quase um suicídio, eu sei. Acordei com Janis ecoando no meu corpo trêmulo: ‘ Trust me, Trust Me!’... Seria um jeito de me fazer desistir do pulo?  A fumaça ainda estava ali, nas cinzas que tinham o hálito quente dele, depois de nossa luta corporal... Sua boca ainda estava acesa em minha carne, onde tatuou benditas palavras obscenas que rasgaram todo resto de pudor que tentava resistir e algemar-me . Agora estava ali, sem saber o que fazia com aquela liberdade de dizer, de sentir...Ele extraíra uma outra mulher de mim , aquela que só tinha coragem de existir naquilo que escrevia. Mas, depois que escrevi no corpo dele, o papel já não me saciava mais. Nenhuma linha seria melhor do que seus pelos, onde minha língua se enrolava e se perdia numa poesia vertiginosa e intraduzível. Seus olhos acendiam o néon vermelho do meu corpo azul, e nossas auras se dissolviam num suor púrpura, quase vinho, que bebíamos como se fosse nosso próprio sangue, uma transfusão que nos salvaria da anêm...

Mar em fúria!

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I Deixes um pedaço do mar  pra mim. Eu pertenço ao mar e do mar não te dou Meus pedaços azuis! Dou-te pedaços de céu Para completares teus dias Dou-te pedaços de ar Para fartares tuas nuvens Mas não mexas com meu mar Que te racho em partes Com minha pedra de corisco Nas minhas pedras te lanço Com meus ventos te espraio. II Dos pedaços de céu farei meu teto Dos pedaços de ar deitarei sobre as nuvens E te olharei de um longe tão perto No limite onde o horizonte se estende E o céu beija o mar Fundindo azuis ... E se arrrebentas entre as pedras Tudo em mim serão ondas bravias Céu líquido em espumas E no marulhar de um abraço O naufragar na correnteza De tua e minha maresia.... (  Sérgio Bezerra & RaiBlue )

Esfinge de sal [dade]

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Abrindo abismos Pedra por pedra Escavando o a_mar Elo no sol nascendo Nesse vermelho de Matisse Matizes de silêncio gemendo Que o mar traduz em sua imagem [Molhando a noite que se despede] Tê-lo tão perto nesse longe aberto Devorando as margens É trans(fusão) de vontades Acaso afogado no destino juntando os barcos Remendando subterrâneos a_mares Con(fundem)-se coração e horizonte Corpos escaldantes nos equa_dores quereres em transe... Te deitas em meu corpo como uma paisagem E nesta praia nua que me veste a miragem gruda no deserto da pele Dunas estremecem nesse a_manhã_ser [que nem dormiu] Catando o e_terno na viagem de kitaro Ao acorde raro do teu grito dentro da minha boca! Sem_ti_ mental Penso se o que sinto existe Existo porque sinto [penso] E jorro sobre o rochedo da dúvida Toda a minha fúria E a noite chega felina Lambendo a esfinge de sal [dade]... (RaiBlue)

Úmido vermelho [de] a_gosto....

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    Verte c[ais] dos teus olhos Verticais avenidas da minha nudez Veste-me com tua língua nua Com[as] flores de Baudelaire [dê-me de_lírios] Traga na saliva o mar de Neruda E Chil [ly] es que revolucionam minhas ruas La vie en rose num dia de chuva O amor me quer em tua pele em sangue ou céu Se garras tua mira atira no meu alvo despudor Cigarras cantam no canto da boca Trilha sonora sob os véus do encanto E o beijo suga toda a noite No mar da língua em movimento Cama nua... almas desforradas Sal e estrelas sobre nossos corpos E mais nada... Tudo [de]corado na epiderme Jade e castanhos caminhos No úmido vermelho [de] a gosto E Monet na parede Prenu[n]pciando a primavera... (Raiblue)

Minha Gaza bombardeada

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Há uma guerra Na faixa que me separa de mim Gaza bombardeada Em meu subterrâneo  [a]mar Hemorrágica febre Veia aberta e fome faústica!! [E a navalha de tua boca na minha jugular] Para além do bem e do mal Falta-me alma! Ex_tinto vinho que bebi em tua língua  Sangrei e singrei no vermelho meio-dia Fingindo ser minha Quando de mim já me perdia... Como voltar de um lugar que inventei, me diz?! Rasguei o raso das superfícies Engoli as vazantes do destino E me fiz correnteza em teu sangue Vi no rosto do invisível O estampado equívoco Um míssil no fim do túnel Invoquei  Nostradamus E nenhuma premonição                      Só a munição  do que escrevi  [ou estava escrito] [A giz?] (Raiblue)