Wednesday, November 25, 2009

Um golpe a galope de mil Pégasus!



A rede entre sobras de sol
Numa manhã que nem me lembro
Vazou o mar das paredes
E inundou o coração que pensava
Ser naufragar apenas um poema
Comboios de cem sentidos atravessando
A completa incompletude dos ventos
O verso uivando faminto
Bebendo o tempo e suas tempestades
Devorando a carne exposta à lua
Que grita num silêncio nu...

E eu puta que o pari entre os dedos
Marginal pelos becos da minha sede
Deixo-o que me masturbe
Dando-lhe as mãos e a língua do meu amante
Abro a glande da distância que some
No pulsar de orgasmos de múltiplos topázios!
Falo navegando espumas em minha caverna
Divino Eros a trazer a luz antiplatônica
Ereto verso penetra-me por trás e sangra
Como um golpe a galope de mil Pégasus
Rasgando a certeza de que já havia esquecido...

Quem es_finge ?
Devora-me o poema enquanto o corpo treme
Não decifro se mito ou minto
Cifro o teu nome no meu grito
Como um eclipse raro
E me abs_traio neste instante pleno
[sem culpas luvas ou lupas]
Vôo cego num incógnito veneno ...

(RaiBlue)

2 comments:

IVANCEZAR said...

Conforme comentei no OVERMUNDO - gostei do post ...
Porque gosto de textos ousados, que desafiem os sentidos ...
bj

A.S. said...

Deixa que os versos
erectos
sejam as dores e o prazer
de orgíacas madrugadas,
penetrem fundo
como ondas alucinadas
e de deliciem
com a seiva espalhada no teu ventre...