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Showing posts from January, 2017

SELVAGENS VERMELHOS

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. Guarita dentro da relva no ventre nu repousa teu selvagem cavalo enquanto a noite pélvica contrai devagar a maciez dos campos vaginais massageia o teu bicho que dormia te alicio me alisas a mucosa esquenta tinta e rosè e então cavalgamos  até o amanhecer o róseo escuro e úmido   dos campos de centelhas pingamos fogo queimamos a relva e o dia desperta com um rio nos arrastando pra longe a terra treme tácita e nômade e orquídeas eretas brotam dos morros e seus (an)seios ejaculando selvagens vermelhos. . (RaiBlue) Imagem: Brooke Shaden.

DESAPEGO

. Cada vez mais budista me desfaço do desejo  (de não te querer). . (RaiBlue)

QUANDO SE PERDE NO AZUL

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Qual a cor desse ruído tingindo o silêncio de memórias tingindo a memória do silêncio que havia se esquecido de lembrar? O que fazer com tantas cores quando os olhos daltônicos do tempo vendam os sonhos tintos que escorrem no rosto anêmico da desesperança? Mas ainda resta uma vontade cega  de encontrar o azul do que não se acaba do que não se apaga nem com cachaça nem pelo branco dos cabelos tingidos pelo tempo que nunca se esquece de marcar o tempo o tempo que só se atrasa quando se perde no azul. . Rai Blue

NÁUTICO SUSSURRO

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. Tens o membro da palavra quando me penetras ejaculas rimas pélvicas nos becos de minha baixada grafitas um poema molhado na parede uterina do poema enquanto grito teu nome nas entrelinhas tu me alinhas ao teu ereto condado e eu me retraio me traio atraio a lua em pleno dia tu és o sol do meu luau decorado de poesia re(x)citada sem pausa cem espasmos por palavra entre tuas mãos meu sussurro náutico o verso final boiando em nossas águas em nossa (c)alma  a cama agora é um mar sem onda uma canção pra ninar nossos pássaros. . (RaiBlue)

LÍQUIDA

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Escavava o chão desse sertão que sou Só pra beber algum gota de vida  E me salvar de morrer sedenta De ser coisa ida sem importar cheganças Queria ser água que brota apenas mansa E correr menina sem saber contar ainda Senão da beira que a sustenta e nina Berço do teu sonho de liberdade E assim líquida quebraria a pedra E me faria caminho curvoso (sem a reta castidade) Um barco silencioso: casa quieta Fincaria o tempo na impermanência No que em mim está sempre escorrendo Para sempre agora sendo. . (Rai Blue) . * Imagem: Jialu DevianArt

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Olhos que são favos de mel doçura (c)alma,mantraimagem te pronuncio no arco(da)íris. . (RaiBlue)

TUA PASÁRGADA

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. Vou ilhar em teu Pacífico Esquentar tuas águas silenciosas Com o meu corpo em prosa  E a poesia dos meus abismos Navegar é tão impreciso Pro meu barco feito de papel (laminado)  Me corto a cada onda quando não estou contigo Com um verso de Ginsberg entre a proa e o vento Os dias sem teu mar morrem antes de nascer Abortam o barco que chegaria nas areias alvas Que roubei do tempo pra eternizar-me tua pasárgada Vem ser meu idílio e meu etílico silêncio depois do amor Rouba-me a sensatez e me embriaga  Traga em teu corpo todo mar de Sophia como estrada.  . (Rai Blue) . * Imagem: Brooke Shaden.

SILÊNCIO FARPADO

Não havia nenhum disk socorro incomunicável teu corpo era um chip descartável bloqueado baqueado um sistema que não engrenava gangrenas por todo lado a pele queria ser trocada qualquer coisa alada  emergia do estrago preso havia um pássaro dentro daquele silêncio farpado entre os arames ainda havia ar ames então - eu dizia mesmo que doa teu pulmão o amor haveria de vencer as grades mesmo que depois morresse de hemorragia. . (RaiBlue)

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O que é o tempo quando a ampulheta vira sobre a cama que vira praia areia infinito? . (RaiBlue)

ORIGAMIS DE EUTEAMOS

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Eu arrancaria minha lua em peixes  pra enfeitar teu fundo de céu e me juntar ao teu sol em capricórnio com meus sonhos lumiados e o meu mar pisciano mudaria meus planos de ser tão água pisaria em tua terra alada como em um ninho feito de heras que se enraízam no peito e se enrolam entre as pernas e crescem nas bocas nas línguas que se reconhecem nas palavras que orbitam a distância e dançam em nossa carne cigana seus olhos são miçangas de noite enfeitando o céu do meu pensamento pássaros mergulham no silêncio só pra te encontrar nos batimentos cardíacos do teu primeiro voo de renascimento - (trans)bordo com origamis de euteamos o meio da noite recebo teu sol de corpo inteiro. . (Rai Blue)

FEITIÇO

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Tu tens a trama premeditada que eu adivinho no que me olhas é pura malícia quando me invade paralisando meu despreparo usa de encanto enquanto me prostras a estar entregue à tua pilhagem é nesse feitiço que eu reconheço se assim foi desde o começo se agora me expõe ao meio e de em diante, não tem mais fim. . (Nico Leite) . *Presente lindo do meu  amado amigo Nico Leite.