Sunday, January 29, 2017

LÍQUIDA



Escavava o chão desse sertão que sou
Só pra beber algum gota de vida 
E me salvar de morrer sedenta
De ser coisa ida sem importar cheganças

Queria ser água que brota apenas mansa
E correr menina sem saber contar ainda
Senão da beira que a sustenta e nina
Berço do teu sonho de liberdade

E assim líquida quebraria a pedra
E me faria caminho curvoso (sem a reta castidade)
Um barco silencioso: casa quieta

Fincaria o tempo na impermanência
No que em mim está sempre escorrendo
Para sempre agora sendo.
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(Rai Blue)

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* Imagem: Jialu DevianArt

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