Anti-civilização

Paradigmas Dúzias de dilemas E o sistema sem lema nem leme Naufragando no poente Cor de sangue Nuvens de crime Desabando sobre as cidades Tempestade salgada Rios de lágrimas Cortando as estradas Levando os sonhos... Restos humanos boiando Nas águas turvas Que correm noite adentro... A ampulheta quebrou O tempo parou As areias cobriram o sentimento... Movediço esse chão onde piso Pântano de luxo e de lixo Onde a lei faz a miséria Ser apenas um artigo Esquecido nas gavetas... Enquanto isso nas sarjetas O homem vira bicho Afia os dentes nas grades E saliva a vingança Sem esperança nem perdão... E o futuro? Fica pichado no muro Vestígios de uma anti-civilização... (Raiblue)