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Showing posts from June, 2008

MARAMOR...

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Entrou pela seda Azul Do sonho Pela seda do sonho Entrou Azul Pelo o azul do sonho Entrou feito Seda Deslizando macio Sobre O sonho Tecido na pele De seda Azul ... No cais de veludo branco Aportou sonhos Rubros Atracou na concha Escondida No fundo No fundo da concha Atracou Escondido Escondido na concha Arrebentou Em espumas E pérolas Oferenda À Iemanjá No claro azul Do maramor... E a lua Saudou os navegantes Os navegantes da lua Saudaram o amor... Odôyabá Odó Iyá! E a alfazema perfumou Os amantes Que sumiram No horizonte Azul... (Raiblue)

O prazer.

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Se fores dançar me convide irei parar o que estiver fazendo e dançarei com você. Se fores ter a liberdade como religião e as estrelas como teto, me convide, deitarei em teu olhar. Se fores banhar-se no rio, brincar com as pedras da estrada, contar uma história aos encantos da lua, me convide, deixarei que alguma coisa de mim sem preço vá até você como ouro. Nada tenho e por nada ter só o que posso perder é esse agora... (Sander Machado)

Meio amor inteiro... (Entier amour demi...)

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Noite girando Meia-música Contornando Os corpos... Meia-luz Meias-verdades Veredas pintadas Meio inventadas... Soutien meia-taça Uma taça e meia De vinho meio seco E nós meio molhados Disfarçando o curto-circuito Meio eletrizados ... No meio da dança Um meio tom francês Que juntava as meias Nos pés que deslizavam Meio tensos Na meia-volta Que o desejo dava Meio implícito Nas meias-palavras Rodopiando no meio de nós... E o meio-amor, amour demi Tornava-se talvez inteiro Na soma dos ‘meios’ E nós no meio Meio desconfiados... Meios-círculos se ligavam E enchiam a lua Meio cúmplice Daquele meio-ato... No meio do beijo Descobrimo-nos metades E sem disfarces Meio nervosos Tiramos as meias E nos atiramos No meio do tapete Azul meio índigo Inteiramente nus... Ao menos por uma noite e meia... (Raiblue)

No alto-mar de mim...

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Naus...Now !! Sobre as ondas Redemoinhos de espumas Onde tua carne dissolvida Em lembranças Mistura-se à minha Sal...sangue...saliva... À deriva de mim Entregue aos lapsos de memória Rastros da nossa história ... Preciso partir ! Nos orbitais dos olhos A órbita traçada da alma Na partitura do mar Compor meu epitáfio À minha parte desintegrada... Sou outra... Renascida das águas Pelas artérias que insistem Em pulsar sob os restos... Rastros sanguíneos do amor... Vida latejando Jorro feito mina... Coronárias trilhas... Nas veias, avançam correntezas Vermelho mar se abre Horizonte novo No velho inferno de cada dia... Atravesso a linha Onde o sol se deita Estrelas vadias Caem em minha boca Sinto o teu gosto de eternidade... Colada ao meu céu, tua língua... Poesia rabiscada na saliva! Engulo a noite em gotas Derramadas pela lua Saboreio teu gosto No infinito ... me excito... Penetro as trevas Do meu ser místico Plena e nua! Subterrâneas passagens... Alcançarei a costa da luz... Doce c...

Andaluz

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Desfio o silêncio Teço um sonho Tapeçaria de emoções Que se costuram Nas esquinas do tempo Na agulha finíssima Do momento... Horas a fio Perdida dentro de mim Em busca do novelo Re partido... SeCreta ilha Meu exílio... Tortura e delírio Batalhas diárias Minotauros e Cronos Duelam comigo Nas asas de Pégasus Sobrevôo meus infernos Atravesso portais de fogo Destruo o Olimpo Desencanto mitos Alcanço a adaga no ar... Descubro a divindade Escudo do coração Arcano maior! Desfaço sombras De Goya Em traços coloridos De uma gitana Sempre a bailar Com seus cabelos Perfumados de lua Olhos-oferenda Repletos de mar Nômade, nua Deusa sem lar ... Palavras–estrelas No céu da boca Fazem–me poeta Da noite e suas profundezas Naufrago em suas correntezas À luz de velas ... Sussurros sopram caminhos Vestidos rodopiam Serpentes despertam Em rotas clandestinas De versos Sem rimas Sem remos... Livre Andaluz Desafiando o destino! (Raiblue)

Castanhos delírios de uma noite fluida....

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Como se o mar Invadisse a noite Marulha o silêncio Em meu ouvido Sussurra lembranças Penetra poros Dilata veias Por onde você Escorre , em ondas Que me engolem Arrebentação... E o meu cais te aporta , sem margens... No espelho São seus olhos O meu reflexo Desapareço Dissolvida Abduzida Por alguma força mística Poção mágica Grudada nas retinas Castanhos delírios Incensando Os caminhos... Sinestesias... Silêncio cheirando A mistério... Respiro e me inspiro Me entrego ... Alquimia de corpos etéreos Explosão de átomos Mistura volátil Encontro marcado Numa noite lúdica Fluida Quase música... A guardar em suas notas A respiração ofegante Do beijo imaginado... Um violino Ao longe Conduz a dança Até o ato final... Adormeço sobre a seda Do seu corpo astral... Sobre as sobras dos sonhos Amanheço... Procuro o espelho Preciso do ópio Dos seus olhos Só por mais uma noite A última... Eu juro... Depois... Depois ... Quebro o espelho... (Raiblue) ...