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Showing posts from February, 2008

Deriv(ações) cotidianas...

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Cidades Telas Cores Fridda Calos Feridas Favelas Velas Ventos Movimento Sem Terra Cinzento Cimento Asfalto Assalto Arsênio Atalhos Talhos Sentidos Contrários Vetores Amores Ardores Atores Impostores Teatro Luzes Ribalta Cinema Cena Cenários Diários Retalhos Colcha Frio Vazio... (Raiblue)

Anacrônica crônica...

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. No calabouço Da alma se agita Minha serpente Góticos desejos Libertam o espírito Do medo Corpo em delírio Indolor sacrifício Oferenda viva Meu sexo pervertido Faminto por prazeres Nunca sentidos No evangelho dos sentidos A porta do inferno se abre Rituais obscenos Na taça da carne Sangue e saliva Misturam dor e orgasmo Exalam odores Vapores de hormônios Embalsamando Os corpos gelados Exaltam o amor Além das sombras Atravessando umbrais Derramando-se na lama Pálida e fétida da carne Enxertam os buracos Carcomidos Ressuscitam paixões Das catacumbas do tempo E os desejos diabólicos Propagam -se Anacrônica crônica De costumes bizarros O pentagrama Já não me protege Dos demônios Que me habitam Sou eu mesma O meu inferno Por livre-arbítrio... (Raiblue)

DELÍRIOS DIÁRIOS

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"Átomos Átonos Sons delicados Elétrons Elípticos Sóis camuflados Rotações Sínteses, ângulos Caminhos calculados Enganos Labirintos cerebrais Bússolas desnorteadas Íons Fusos horários Delírios diários..." (Raiblue/Gustavo Adonias)

Saliv(ando)...

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Nas noites brancas De sua pele Me dis traio Guardo Dostoiéwisk Num canto do quarto... Nos olhos O ópio prolongando Colóquios do tato Con textos e texturas Da língua Corroendo tédios Catando cacos Cactos na superfície Da carne árida ... Arranhando as horas Sangrando os minutos Dissolvendo dores Anti-corrosiva língua... Sal e saliva Lambendo as feridas Fechando cortes Subcutâneos labirintos Na sanha da linguagem Esquecida no tempo O toque... Palavras diluídas no suor Poesia líquida Numa noite dis traída... Na pausa da razão No dança dos sentidos... (Raiblue)

Entre morangos e mofo

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Arranquei amores mofados De uma gaveta No canto do coração Chovi sangue Era uma manhã vermelha O mofo fazia parte da casa Desordem que eu gostava Era vida, ainda que dolorida Havia um prazer inconsciente Talvez um medo De viver sob o sol... Mas o cheiro Já me asfixiava Era hora de abrir Janelas E amanhecer azul.... Havia esquecido Que havia um céu sob o mofo... Resolvi no ar riscar estrelas Quando ele atravessou as nuvens... Convidei-o para uma tarde De morangos com creme de leite Não mofados, frescos... Como aquela brisa Que soprava o momento... Uma tarde azul Para o nosso amor ainda verde... Quiçá inventem ‘Amor em conserva’ E os amores possam ser Degustados Por instantes prolongados Longe das gavetas... Morangos em calda... Dissolvidos na saliva Anti-mofo natural... (Raiblue)

De lírios e déjà vu ...

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Há uns resíduos De noites rubras Na memória da pele Um gosto de pipoca Um perfume...de lírios... Vozes roucas Janes conduzindo Nosso destino Num blues Que grita Dores e orgasmos Doces e bárbaros Momentos... Corpos deslizando No tapete azul da sala Carne ao óleo...cítrica... Um crime delicado Sem castigo Romance inacabado Roteiro improvisado À medida Que o ato acontecia Amor tecíamos Nas veredas do tempo Grandes sertões Se dissolviam Nas rosas Do Guimarães Nos rios da pele No riso do gozo No álcool do meu corpo... (Raiblue)

La rue du désir...

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. Noite Navalha Partindo Algemas Liberando In pulsos A dor A fome Pedaços de sonhos Perfuram A escuridão Des cobertas Nuvens Passagens... Ao som de Piaf Perfume francês Em um Café barato Cigarrilhas Fumaça Nos olhos Fogueira... Dançam Sussurros Na veia Principia O cio Precipício Viagem... In sanidade Dos corpos Em um copo A mais de vodka Vesúvios Explodem Lavas Lavam A epiderme Erupção Da realidade... Transbordando o Sena No meu quarto Fim da cena... Acordo... Entre Acordes Franceses Tocando A carne... (Raiblue)

Quiçá...

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Os pontos cardeais são fixos O amor,ao contrário,puro vício Inseguro porto,precipício Um salto sem rede Um perfume Um ácido Uma pluma Um punhal Um ponto de exclamação! Reticências... Caminhos sem ponto final Espaçados pelo silêncio Talvez meditação Talvez explosão Átomos Matéria Espírito Talvez repleto de sonhos Trazidos pelo vento E ,por ele, levados... Mas as estações mudam os ventos também... Quem saberá os rumos da natureza? Talvez seja um tsunami Que acontece De repente Destrói E refaz Ou talvez o amor Não volte mais... Afogado Num passado Que nem chegou A acontecer... Um amor Apenas sonhado... Um poema mágico Quçá? (Raiblue)

Na ponta dos dedos...

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Tenho dedos Molhados de versos Que choram Deliram Inflamam Suspiram Restauram Criam... Dedos que penetram veias Rasgam Sangram Sugam Escondem Revelam... Numa trans fusão total Da realidade e do sonho Dedos que invocam demônios Inventam deuses Dedos inquietos Compulsivos Convulsivos Febris... Dedos sem anéis Livres Delicados Marcados Cruéis ... Dedos que não param Dedos a mais... Como um defeito congênito Que me reclusa Na solidão dos poetas Na multidão que habita Os poemas que invento... (Raiblue)