Tuesday, February 12, 2008

Na ponta dos dedos...







Tenho dedos

Molhados de versos

Que choram

Deliram

Inflamam

Suspiram

Restauram

Criam...


Dedos que penetram veias

Rasgam

Sangram

Sugam

Escondem

Revelam...

Numa trans fusão total

Da realidade e do sonho

Dedos que invocam demônios

Inventam deuses

Dedos inquietos

Compulsivos

Convulsivos

Febris...

Dedos sem anéis

Livres

Delicados

Marcados

Cruéis ...

Dedos que não param

Dedos a mais...

Como um defeito congênito

Que me reclusa

Na solidão dos poetas

Na multidão que habita

Os poemas que invento...


(Raiblue)

1 comment:

Anonymous said...

Volúvel
constante
obstinado
insaciável
é tudo que se expande
e sem se dividir
se ramifica...

Sensual partitura,
génese multiforme
de um dançante desejo!


Para ti... com um beijo!