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Showing posts from August, 2015

OLHOS DE ALGAS

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Sobre os vales da noite eu solto meus selvagens cavalos ( marinhos )   mergulham no escuro alado das águas Há musgo no fundo teus olhos de algas boiando em meu suor. . (RaiBlue)

TODO VINHO DAS MUCOSAS

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Em meus impacíficos oceanos descubra perdidas ilhas   grutas escondidas nas matas cascatas entre pétalas rosadas arrastando-te com a doce rebeldia das águas em gozo profano em tua boca eu danço jorrando o néctar da minha desordem pólen cítrico da fruta orvalhada riacho tinto tudo vinho todo vinho das mucosas embriagando as horas o tempo extinto o instinto tocando a eternidade do efêmero. . (RaiBlue)

CEM POEMAS NAS ONDAS

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Outra vez o tempo preso nas paredes   (do meu estômago) a corroer o sol (do plexo) duplex meu ser dividido alma e corpo em atrito sinestésico aroma de caos em meus olhos respiro a fome de ser una mastigo o ar do oco que adentra os meus pulmões insosso é o tempo que volta com toda sua prepotência sem consentimento curador ou assassino Deus ou um pervertido diabo a zombar de nossa utopia? queria quebrar os ponteiros da memória por um dia atravessar os recifes do esquecimento ser só mar sem linha do horizonte sem pontes . cem poemas nas ondas (toda minha bagagem). . (RaiBlue)

SILÊNCIO DE ÁGUAS

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Uma onda inundando a garganta edema de distâncias asfixiando o agora saudade é o mar na glote afogando a voz um silêncio de águas arrastando tudo pra lugar nenhum. . (RaiBlue)

CÉU METÁLICO

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Frios teus olhos um céu metálico chumbo blindando o peito (um Van Gogh ao avesso) tempestade à vista. Por que insistes nesse inverno se te entrego o verão mais quente se tuas mãos conhecem o sol dos meus caminhos? por que sozinho se minha pele é ninho (se podes deitar sobre o tempo   que em mim demora) voar e voltar à varanda do meu corpo ser rede sobre o redemoinho dos ventos balanço alto-mar   e a rocha que finca o amor no fundo das águas? . (RaiBlue)

CINTILANTES CARDUMES

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Em cada canto do meu corpo teu canto desperta minhas águas sou rio cascatas amazonas. És a raiz  que a minha secreta maciez recebe e molha devagar o que me despe esse gozo de terra no fundo do teu mar  beija-me a flor aberta  indecente e o meu rio encherá tuas espumas  de cintilantes cardumes .  . (RaiBlue)

NOITE AMOLECIDA

Escura água a noite amolecida pela beleza das coisas que não sabemos antes sentimos (como quem tateia a pele por dentro) mais do que forma um jeito um gesto um cheiro indefinível que se fixa uma paisagem que não se explica nem se esquece o belo   um elo um empírico invisível que nos comove e move o silêncio guardião de cada traço   . (RaiBlue)

FALSA LITURGIA DE SALVAÇÃO

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Queria rasgar a carta que escrevi em teu corpo antigo testamento de amor que não se cumpriu (o papel sabe menos da palavra do que quem a pariu filha da luta é adaga que talha o verso ainda em silêncio) tua carne não entendeu nada enquanto eu de tudo lembro das metáforas que criei quando te inventei   um templo em Nepal um Deus animal que devorou meu sutra   numa falsa liturgia de salvação . (RaiBlue)

VERBOS DE ANJOS

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Depois dos beijos insanos restou o peso nos ombros verbos de Anjos ( Augusto) imprensados entre as omoplatas (ou seria um par de asas?) entre as vértebras quebradas uma Sodoma incendiava tudo cinza tudo cinzas como reerguer a cidade em que morava atravessar o pó a poeira o fim reencontrar a estrada que dava em mim...? . (RaiBlue)

NAU FRÁGIL

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E assim  à deriva do tempo o aroma selvagem das ondas nos lançando a este lugar inalcançável que somos entre a terra e o mar   estamos nós   (vã filosofia) poesia a céu aberto jorrando infinito olhos navegantes sonhando porto mas sempre partindo partidos por arrebentações que arrastam as margens as beiras as praias tudo se espraia e desaparece escuta-se o lamento do mar-alto   o coração e seus naufrágios nau frágil os olhos diante do mar. . (RaiBlue)

ÁRIAS DE SILÊNCIO

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Se perto peito aberto Se longe aperto coronário árias de silêncio um piano distante como quem espia a brevidade do verão que se foi com os seus olhos (deixando em meu corpo queimaduras vulcões acesos em cada curva ) Inverno e essa longitude que nos divide em icebergs noturnos e o que era tão atlântico agora antártida tudo partido tudo partida meu peito um porto de despedidas acenos de uma saudade doída um lamento de mar num fim de tarde. . (RaiBlue)

TUDO NÉVOA E NEVER

Chumbo esse céu armado pontiagudo perfurando o sol   que incendiava o peito . Chuva de lava dos vulcões adormecidos   levando o corpo correnteza adentro,   frágil barco de papel desmanchado,   uma cidade submergindo, nenhum vestígio de civilização no coração antes povoado por teu nome. Na linha do horizonte   tudo névoa e never.   Todo pra sempre afogado no olho que finalmente enxerga. Sem os enxertos das mentiras rasas de quando tudo era asa para lugar nenhum. Agora as águas dissolvem a última letra de teu sobrenome. . (RaiBlue)

OLHOS DE ALGAS

. Sobre os vales da noite eu solto meus selvagens cavalos  ( marinhos )  mergulham no escuro alado das águas Há musgo no fundo teus olhos de algas boiando em meu suor. (RaiBlue)

ÁGUAS E INCÊNDIOS

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Entre os cachos  de teus negros cabelos a colher a noite fio a fio  deslizam meus dedos ( e toda minha vontade ) de ser crepúsculo ainda caindo sobre o escuro dos teus pelos céu de magma tua boca salivosa minha mucosa rosa no apelo da pele águas e incêndios selvagens moinhos mar esmurrando as pedras ( do meu peito) um silêncio de concha te (a)guardando dentro . (RaiBlue)

NOITE ENORME

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O olho mágico do céu a espiar a cidade que dorme noite enorme me deito sobre o tempo (da espera) da janela  a lua amarela é uma promessa ruas desertas como o meu coração. * * * (RaiBlue)

TEU NOME EM CAPS LOCK

Da minha íntima viagem és o meu melhor roteiro basta um enter e teu nome em Caps Lock no meu gemido todo o teclado é pouco intraduzível gozo (em qualquer linguagem). . (RaiBlue)

MAPA

Tua boca rastreia meu corpo à procura de uma saída (mas só há entradas). . (RaiBlue)

ENTRE VÉRTEBRAS E PENHASCOS

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Por minhas (en)costas Tua língua ( trans)borda paisagens Bird   Bike   Blue Desenha praças  Poemas pintados por tua leveza Pele Pergaminho Palavras Caminho para o verso mais rosè Púrpuras chamas Incendiando o vestido Tudo vinho  enquanto vinhas Com plumas nas mãos  E uma doce selvageria de pássaro Num voo rasante Tua boca buscando ninho Descia coluna abaixo Entre vértebras e penhascos  Havia a carne ( a via violável de todos os incêndios ) . (RaiBlue)

RETINAS

Da chaminé dos teus olhos vão brotando entrelinhas (meu melhor poema). . (RaiBlue)

SE NÃO FOSSE O HOMEM

Eu te quis Loa Goa qualquer coisa à toa ilha à deriva  desgovernada pátria minha meu grito de liberdade se te quis assim porque socialista meu coração se reparte e parte fundando cidades nos solos improváveis  de estúpidas monarquias há sempre amor pra mais tarde há sempre tardes para o amor há sempre onde nunca há poder amor é um estado de absoluta igualdade (deveria ser se não fosse o homem) . (RaiBlue)

CAI A TARDE

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Na ponta do mar da baía há um porto que não cabe em mim deslizo sobre tua calmaria  enquanto cai a tarde dourando as águas  ( transparente cetim) no faro o afago das ondas um sentimento nômade de quem sonha em ser um mar avançando continentes ser uno e onipresente oceano pessoa divindade numa lealdade de pedra que não se quebra finca na areia do tempo nossa passagem cai a tarde e o coração do homem e do mar é um absurdo marulhar tudo evade tudo invade na humana contradição das ondas  a vida balança todo o resto miragem. . (RaiBlue) https://www.youtube.com/watch?v=yXTp1F4kc1s