Sunday, January 05, 2014

BEN_DITO MANTRA

 Meu primeiro poema do dia é concreto


escorre em versos livres

molhados por nossos sexos

quero a minha língua lambendo
todas as secreções de nossos verbos
ben_dito mantra
enquanto você me fode

sem sobrenome 
sua identidade se dissolve 
no suor de minha carne fresca
com sua fome tempero minha boceta
exalo o cheiro das putas que em mim habitam 
teso seu pau não descansa
cabe em minha boca até a garganta
como um verso de Bukowski
rápido e pervertido explode
quente como um gole de cachaça

me embriaga até que sua gala
espessa em abundância
mele minha cara
e eu te beba como desjejum

sob o lençol do inverno
tudo é fumaça...

até que o alarme dispare
quinze minutos de transa
e uma eternidade de gozo 
batizando o dia com nossas águas

na reza matinal toda foda é darma

no sutra do nosso amor
toda cama é templo
todo chão é mar pra nossas ondas...

(RaiBlue)

1 comment:

Manuel Pintor said...

Bela oração!
Seja uma reza matinal ou mais tardia!