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Showing posts from February, 2010

Pétalas de absinto

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Nativa de tua carne És passagem intacta em minha pele Mar de todas as minhas viagens Cais dos meus re_pousos breves Voz que é foz de vertigens Virgem vermelho de fim de tarde Meu escuro ereto e cálido Cale-se e me beba [em meu cálice  escarlate] Dou-te pétalas banhadas em absinto  Sinta e consinta a embriaguês de versos líquidos... (RaiBlue)
No cálice da hipocrisia Cala-se uma verdade A vida que se vendeu vadia (RaiBlue)

Inconsciente vermelho

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Há um rio passando por mim Corre(n ) tesa a língua No fundo das águas Meu silêncio agudo borbulha E há fagulhas de grito Não há barcos Só há o mergulho O fundo é trans_lúcido Ninguém se salva de si Há um Deus mal_dito No templo d(e)a mente Inconsciente vermelho [suicida] (RaiBlue)

Silenciosa_mente...

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Um maço de silêncios na boca Trago tua falta [ fumaça mastigável ] O fogo na língua a acender as palavras[mal_ditas] Queria dizer-te agora com a minha carne Para que o teu corpo me entenda E tua alma seja tenda Desse poema que sopro em tua pele Abres teus  poros e ouves... Estou em teus a_pelos Bebes em minha boca todas as perguntas [ a dúvida embriaga a procura] E segues as reticências de minha língua A brincar com o que  a tua não diz, mas atiça... (RaiBlue)

Das cinzas de um carnaval, uma manhã azul...

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Seu pássaro re_pousou em meu corpo num vôo rasteiro sobre o mar da pele. Depois, mergulhou nas cinzas de um carnaval que se fez fogueira e acendeu uma manhã azul no cantil do coração, onde, aos goles, bebemos cada pulsação... E tudo tinha um gosto de rio correndo pro mar... O silêncio cintilava em nossos olhos, a poesia rodopiava na voragem da mente e exalava o perfume do mistério desenhando esse laço que an_corava nossos navios no fundo da noite, porque éramos o escuro de uma verdade, que, inventada ou não, fazia nossos corpos dizer sim, partindo as correntes do medo. E ele me perfumou toda, roçando sua carne na minha, e a alfazema transbordou sobre o lençol azul, extraindo todo o sumo do vermelho que nossas bocas sugavam de um instante regido pelos atabaques do terreiro de nossas almas... E tudo se calou, as palavras foram tatuadas na pele, enquanto as línguas, indomáveis, lambiam os caminhos... Na saliva, todo o nosso diálogo em ondas...gozamamo-nos numa ternura que arranhava toda...

Dos Azuis

Azuis sejam teus sois abaixo ou acima dos lençóis. Azuis sejam os cantares aos ouvidos dos teus pares. Azuis sejam os teus sons das águas marinhadas e que sejam dos tons as tuas mais próximas madrugadas... (Cézar Ubaldo) Um presente muito lindo do meu amado amigo e poeta, Cézar Ubaldo..obrigada,meu lindo! Blue. 

Da miragem, um mirante...

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En_costas nuas A noite serpent_ teia ilhas O crime...a carne...a bala perdida O descrente bebe a realidade E tomba em seus pedaços Refletidos no copo Estilhaços de corpo bóiam [Haverá ainda uma alma?] Embriagada a lucidez O homem Estranha-se Entranha-se E em transe Bebe goles de ilusão E na boca de uma mulher [Tão estrangeira quanto ele] Jorra os rios do seu interior... Ala[r]gados no invisível que trança o destino Agora são dois barcos costurando o mar No sertão de cada um Da secura dos olhos brotam oásis Da miragem, um mirante ... (RaiBlue)