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Showing posts from October, 2009

Alfor_rio_me nos azuis das marés

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Fico mas não finco Arrebento todas as correntes Desejo apenas a correnteza! Alfor_rio-me da razão Nos azuis das marés E nos verdes suados de nossa natureza Transpirando carna(v)ais! A fome é (obs)cena É sina nesse Estado sem lei do meu corpo... Oceano-me! Parto o porto e parto Como um continente perdido Que não quer ser achado Deixo o caos civilizado E a_cor_da(r-me) o índio No meu corpo pintado... Decreto minha aldeia no Pacífico dos teus abraços! A flauta de tua voz [doce foz] Toca o adágio das ondas Avulsos valsamos na proa do vento As velas sopram o fogo sedento Sustenidos gemidos das mãos No décimo movimento dos nossos corpos! E no ápice da sonata tua boca é um soneto A alma como que despregada da carne Pulsa-vaza-em-outra-alma-canta! Met_amor_faço Em_lua_arada A_casa_lar (nus) Nas águas cor-da-pele... E a raça é uma só [humana] Num novembro lasso [quase um laço] De febres e flamboyants... (RaiBlue)

Anonimacidades

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Sob o céu que nos protege Os muros da desigualdade E a rocha de Glauber A denunciar Terra em transe! Amni (óticas) trilhas A_fetos abortados Trilhos urbanos a sangrar Rios humanos sem margens Cortando as cidades Morros desabando no asfalto E a pedra no mesmo lugar... Tropeço no preconceito Grito Zumbi Palmares ecoa aqui Dentro de mim Nos tambores da alma Um sonho ancestral de nação Na veia, o sangue é o mesmo Anônimos na multidão Somos todos filhos Do mesmo medo Desiguais no espírito Iguais no espelho... Vejo na roda da vida Uma cantiga a girar A raça humana De mãos dadas Com as diferenças Mandala colorida Curando a náusea Da indiferença Fazendo a flor brotar No esque_cimento Da solidão... E a paz, enfim, um refrão Mahatma vivo No Gandhi do coração... (Raiblue)

Bebendo tua ausência...

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Sminorff off! off! off! o coração embriagado grita bêbada de tua ausência tudo Ice e eu esse exílio do corpo exposto a um ídilio que é pura ventania... eu iço as velas da noite como quem fareja teu cheiro mar que invade meu corpo inteiro te bebo num  gole (seco) e o Ice em minha boca derrete na lava da saliva quando penso na tua língua nos meus rios e na contramão de um domingo que nos desviou eu rio rio passou... (Raiblue)

Desejo

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Quero explorar a geografia do seu corpo E passar por caminhos já percorridos (não me importo!). Então poderei perceber que neles Existem trechos que não foram tão levados a sério Aí, provavelmente alguém como eu... Que busca a algum tempo fazer esta viagem Descobrirá, junto contigo, que em nossas vidas... existem encontros inevitáveis. E em nossos corpos prazeres alucinantes. (C.J.) Belo geo_grafar de desejos em movimento....adorei o presente, lindo!!
I O acorde do teu soul Transforma o blues dos meus olhos Acorda o rock do meu corpo... II Vem me dar aquele beijo Faço um poema com tua língua Se fizer um samba com meu pandeiro... (Raiblue)

Etéreo exílio

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Uma tarde cor de Frida Kahlo Melancólico mormaço No aço desse fio de memória Tudo que me carece É cárcere...masmorra Cancro que não sara Saara que cobre o mar... Estéril desordem Estéreo eco de um futuro pretérito Que agora cheira a éter... [Mas nada esteriliza teu beijo em meus mamilos Nascente de_leite Nilo que nunca seca] Etéreo exílio 'Tua ausência assimilada' Colapso do tempo De homens (re)partidos [Que ética rege o que grita por dentro ?] Tudo (as)sombra Tudo sobras Abortados (a)fetos Tudo arranha [meu céu] Nada transpira Etílico [silên]cio Chovo sobre o deserto da noite E tua boca vem no dorso da lua Marrakech a mil milhas de mim... (Raiblue) Em 11 de outubro de 2009

Pagunizando em teu fôlego

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"Que importa a paisagem, a Glória, a baía, a linha do horizonte? — O que eu vejo é o beco." (Manoel Bandeira) Haitis em ti Em mim Brasis Em nós a mesma fome De um verso nu e nômade A pintar no teu corpo Todo rio que sorvo... [E me absolvo de todas as guerras na utopia de um dia de paz em nossos golfos] Nas cores do teu nome Bandeira e todos os becos E os pulos dos beijos em brasa Felinos relampejos! Em tua boca Tequila E a sede das ressacas Das noites em tua carne... [E eu pagunizando em teu fôlego fogueira para o meu feitiço torto] Na aquarela da língua Tarcila Antropofágica cena Sina de coração tupiniquim Seixos-sexos-sangue e sopro A vida explodindo (ainda que severina) Na contração do ventre Contra toda (de)cadência Do que não pulsa e se vende Ao pudor demente dos homens! (Raiblue) Em 05 de outubro de 2009.

Estranho ninho de gelo

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O tempo tem pressa Tropeça nas pedras [de gelo] Trapaça e nega [avesso espelho] Sangue que não estanca nas artérias Nas cordas do tempo acorda um blues Sou[ l ] cinza dúvida que liberta e algema Enquanto há cinzas de azul no meu vestido Que é mar ainda... [ E suas mãos sobreviventes mergulham...] Espremem o vermelho blue da carne Exprimem sentidos quase afogados Imprimem digitais que transpiram Aspiram o sempre que some nas águas O tempo ávido liquida a vida A vida líquida dispersa e dis_para! A ampulheta vaza seus castelos Arrebenta o gelo sobre o tédio [ E a ressaca não cabe nos olhos] O tempo consome a vida A vida some no tempo Líquidos congelam o eterno No frio instante pós-moderno Patino amores secos Estranho ninho de gelo Cada vez menos sou[ l ] Cada vez mais só... [ E o blue só em suas digitais...] Nos vestígios do sempre Que ainda resistem ao implacável Alguma coisa ainda (ex) pulsa Ex_pele em ondas Vesúvios underground Dark Joa...