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Showing posts from July, 2008

NA CRISÁLIDA, BORBOLE(TEIA) UM POEMA...

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O verso escorre na face Salágrimas Mar represado Sargaço na saliva Palavras interditas... Na boca Pinga a fome Sílaba oca Mastigo a poesia Cria das ruas Rimas feridas Nas esquinas Marginal melodia... O verbo trava a garganta Vocais, as cordas não tocam A voz trapezista Não salta os muros do sistema! Picadeiro, Babel Sonhos de papel Entopem os bueiros da alma! Alagados destinos Era uma vez os barquinhos... Navegar impreciso... Abortada a vida Ainda crisálida Parida e morrida No anonimato do asfalto Na pedra bruta da indiferença... Ácido verbo Corrói as cordas Sangra a voz num grito mudo Silêncio rubro, néons de solidão Nas dunas de concreto ... Da esperança Apenas um eco E um bater de asas Pousando na folha... Borbole(teia) um poema No céu que restou Na boca faminta Da crisálida que escapou... (Raiblue)

Pintando o último acorde da hora...

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Beijos tatuados Na parede da pele Livres versos Que a língua saliva E tece os rios Onde a lua deságua... Líquido O amor é tinta Vinho tinto Pintando na epiderme Flores de Van Gogh... Intenso Ravel No violino que toca a noite E faz vibrar estrelas No diapasão dos movimentos Na rotação dos corpos Desnudos Orvalhando os campos De girassóis... Entre tons pastéis Correntezas vermelhas Inundam a tela E ali surge Dali No quarto pintado De um sonho... E um maldito poeta O momento celebra! Les fleurs du mal Perfumam de fúria e anis O beijo dos amantes! Rodin eterniza o instante No bolero das carnes... O amarelo engole A paisagem Giram sóis entrelaçados Girassóis se abrem Aurora sussurra A vida que explode No último acorde Da hora... (Raiblue)

Em tons de Dali...

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Injetável A vida penetra veias Dilata artérias Acelera o pulso Em impulsos Que jorram Intensos Instantes No corredor Escuro do destino... Velas sopram Ignotos caminhos A lógica Não explica A alma Que é vento Nos Saaras Clandestinos... Samsara ! Correnteza arterial Deságua no céu Do espírito Vermelha aura Em tons de Dali Na tela abstrata Do existir... (Raiblue)

Santo Graal da boca!

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Noturnados Por Chopin Penetramos A concha da noite! Marés dos corpos Enchem a lua Devoram pérolas No fundo do maramor... Róseas pétalas abertas Dissolvem-se em seus lábios Lótus no teu céu No meu, o talo... Devoramos o Éden! Tornamos Santo o pecado! Gosto de paraíso No Santo Graal Da boca! Hóstia profana Consagrando O ato! Sinfonia inacabada Partitura improvisada... Giram sóis Entre os tons Sustenidos Do amor ... (Raiblue)

NAS CORDAS DO DESEJO...

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Agora! Lua-gigante No olho A girar Instante Derramado Sobre os corpos Desalinhando O tempo Nua Sob os lençóis A s horas Se diluem Molhadas No néctar dos ventres Fecundados Líquidos segundos Amantes tocam A eternidade Acordes rubros Na partitura da carne! Sinfonia imortal Dedilha beijos Nas cordas do desejo... Línguas-serpentes A lamber estrelas No éden da noite Céu de açoites Na boca-maçã... Perfume agridoce A inundar Um quarto de horas Na lua-gigante Do agora! (Raiblue)

HA(VERES)...

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Há um mistério Que nos envolve E nos conecta Há uma métrica Na poesia invisível Que marca o ritmo Do tempo ... Há a pausa Nas entrelinhas Onde o beijo Eterniza O momento... Há o que não digo E que escapa Quando os olhos Vêem Em silêncio... Há nos segundos O tormento Da espera Do futuro Que não chega... Há o jogo E o jogador E a roleta viciada Do destino... (Raiblue)

A(FETO) ROUBADO...

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Na boca o cale-se palavras inteiras prisioneiras in mastigável emoção poente preso na garganta desencontros de amantes na noite abortada pelo verbo trancado na clausura do medo ácido corroendo a língua desmancha o poema grávido de amor a(feto) roubado em silêncio... (Raiblue)