NA CRISÁLIDA, BORBOLE(TEIA) UM POEMA...

Salágrimas
Mar represado
Sargaço na saliva
Palavras interditas...
Na boca
Pinga a fome
Sílaba oca
Mastigo a poesia
Cria das ruas
Rimas feridas
Nas esquinas
Marginal melodia...
O verbo trava a garganta
Vocais, as cordas não tocam
A voz trapezista
Não salta os muros do sistema!
Picadeiro, Babel
Sonhos de papel
Entopem os bueiros da alma!
Alagados destinos
Era uma vez os barquinhos...
Navegar impreciso...
Abortada a vida
Ainda crisálida
Parida e morrida
No anonimato do asfalto
Na pedra bruta da indiferença...
Ácido verbo
Corrói as cordas
Sangra a voz num grito mudo
Silêncio rubro, néons de solidão
Nas dunas de concreto ...
Da esperança
Apenas um eco
E um bater de asas
Pousando na folha...
Borbole(teia) um poema
No céu que restou
Na boca faminta
Da crisálida que escapou...
(Raiblue)
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