Wednesday, July 30, 2008

NA CRISÁLIDA, BORBOLE(TEIA) UM POEMA...

O verso escorre na face
Salágrimas
Mar represado
Sargaço na saliva
Palavras interditas...

Na boca
Pinga a fome
Sílaba oca
Mastigo a poesia
Cria das ruas
Rimas feridas
Nas esquinas
Marginal melodia...

O verbo trava a garganta
Vocais, as cordas não tocam
A voz trapezista
Não salta os muros do sistema!

Picadeiro, Babel
Sonhos de papel
Entopem os bueiros da alma!
Alagados destinos
Era uma vez os barquinhos...
Navegar impreciso...

Abortada a vida
Ainda crisálida
Parida e morrida
No anonimato do asfalto
Na pedra bruta da indiferença...

Ácido verbo
Corrói as cordas
Sangra a voz num grito mudo
Silêncio rubro, néons de solidão
Nas dunas de concreto ...

Da esperança
Apenas um eco
E um bater de asas
Pousando na folha...

Borbole(teia) um poema
No céu que restou
Na boca faminta
Da crisálida que escapou...

(Raiblue)

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