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Showing posts from April, 2008

Sem rimas e sem remos...

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Desfio o silêncio Teço sonhos Tapeçaria de emoções Que se costuram Nas esquinas do tempo Na agulha finíssima Do momento... Horas a fio Perdida dentro de mim Em busca do novelo Re partido... SeCreta ilha Meu exílio... Tortura e delírio Batalhas diárias Minotauros e Cronos Nas asas de Pégasus Sobrevôo meus infernos Atravesso portais de fogo Destruo o Olimpo Sem me queimar... Descubro a divindade Escudo do coração Arcano maior! Desfaço sombras De Goya Em traços coloridos De uma gitana Sempre a bailar Com seus cabelos Perfumados de lua E olhos repletos de mar... Palavras – estrelas No céu da boca Fazem – me poeta Da noite e suas profundezas Naufrago em suas correntezas À luz de velas ... Onde sussurros sopram o destino Lançando meu barco Em rotas clandestinas De versos livres Sem rimas e sem remos À deriva Mar de sentimentos ... (Raiblue)

Rosa coronária

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Hoje a palavra Ficou presa na glote Quase edema Refluxo... Mergulhada no ácido Do plexo solar Sem estrelas Nublado... Enjôo... Tédio... Sílabas circularam Entre o abdômen E o pulmão Procurando Saídas ... Atingindo o coração Ainda molhadas Pelo suco gástrico E o sangue se misturou Ao ácido Palavra final Não pronunciada Silêncio letal... Injustiça social! Despedaçada A rosa coronária É levada Pela correnteza Arterial Lavando a carne Exposta Na calçada... Arre(dores) D'alma ... (Raiblue)

Juramento

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. Como se o mar Invadisse a noite Marulha o silêncio Em meu ouvido Sussurra lembranças Penetra poros Dilata veias Por onde você Corre, em ondas Que me engolem ... No espelho São seus olhos O meu reflexo Vestida de você Desapareço Dissolvida,abduzida Por alguma força mística Poção mágica Grudada nas retinas Castanhos delírios Sinestesias... Alquimia de corpos etéreos Explosão de átomos Mistura volátil Encontro marcado Numa noite lúdica Fluida Quase música... A guardar em suas notas A respiração ofegante Do beijo imaginado... Adormeço sobre a seda Do seu corpo astral... Sobre as sobras dos sonhos Amanheço... Procuro o espelho Preciso do ópio Dos seus olhos Só por mais uma noite A última Eu juro... Depois...depois... Quebro o espelho... (Raiblue)

No barro de Manoel...

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Havia um Manoel No barro do meu jardim No telhado, um sonho Manoel pra mim... Escorrem versos de Barros Mãos modelam palavras Esculturas na areia do tempo Ampulheta nas mãos Do grande poeta pequenino Aventura ...ternura E as sílabas brincam Fazem cócegas nos dedos E o verso sorri , obsceno... Num dia de chuva Barro molhado Floresce Manoel No meu telhado Homem que veio do barro Manoel da natureza Simples olhar sobre o acaso Dedos que do chão extraem A poesia invisível Enquanto se distraem Nas entrelinhas do impossível Prosa silenciosa Dos dias coloridos Infância inventada Pelo adulto poeta, cantada No barro de sua alma Terras de um gigante menino... (Raiblue)

Mágico violino do seu corpo...

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Epiderme Branca lua A tocar Adágios Violino Mágico Do seu corpo Em notas Rubras Saudade ... Lágrimas Desafinando Cordas Vocais Roucas Arranhando Céus Sangrando Veludo azul Do amor Choram Estrelas Noite Orvalhada De dor Navalha Cortando Rosas Coronárias Pétalas Na corrente Sanguínea Vestígios De perfume Nas veias Exalando Na noite Que me Incendeia ... (Raiblue)