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Showing posts from September, 2006

Vastidão de sentidos

O homem retira-se em seu castelo Salva-se da multidão Mas não se liberta de si mesmo Livre ou cativo-arbítrio? Nem uma coisa nem outra Ou ambas as coisas Depende de quem interpretar Ora ele é Deus Ora é mero produto De causa e efeito Verbo sem sujeito Tudo é carma e carne Poesia que sangra e arde Tempos de cólera,tormento E nada pode ser feito Segurança aparente Sob as muralhas de pedra A escuridão protetora do velho conhecido Impede o vôo luminoso pelo desconhecido Ele insiste em ser apenas uma sombra Mal se percebe criatura Quem dirá criador Nem imagina quantas almas Carrega no seu interior O inconsciente coletivo Que a tudo atribui sentidos,valor Tudo é ficção ,nada é definitivo De real,apenas a inexatidão das coisas E até dele mesmo Que se tortura Tentando se absolutizar... Quando é tão vasto,vasto mar... Raiblue Em 27.09.11

Instantes poéticos...

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I Sua fala Me cala Me cola a boca Muda Me visto na sombra De suas Palavras Nuas... II Constato Com tato Sua lente de contato Azulando O asfalto Me fazendo andar Em pleno céu.... III Rota Ações Saliva Ações Anima Ações Intensas Ações Intenções Provocações ... Raiblue 09/06

Solidão coletiva

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A ilusão da modernidade Pelas ruas da cidade Uma multidão de concreto Seres em preto e branco, dispersos Em série,vão passando,sem saudades Velocidade,vazio,vertigem Nos vãos da existência Caminham,em vão,sem identidade Desmancham-se no ar Fluídos,sem consistência Abstrata solidão Que se materializa De humano,vestígios apenas Aglomerados de sombras Visivelmente solitárias Tudo é penumbra e demência Em meio ao caos das metrópoles O horizonte persiste ,em silêncio Contornando os vazios infindos Trazendo a lua no firmamento Lua que é o nosso inconsciente Nossos desejos e tormentos Adormecidos no tempo Silenciados todos os dias,a cada poente Sinal de quê ,talvez,em algum lugar A alma humana possa um dia Das cinzas renascer E o cinza ,em azul, se trasformar... Raiblue

Dualidades...

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Às vezes ser é demais Um excesso que me angustia Sou múltipla,sou vazia São tantos os caminhos Parto e me reparto,sem sapatos, vôo Além do horizonte,um novo parto A cada morte,nasço mais forte Por pura teimosia e loucura Mas a melancolia dos poetas perdura Pela noite adentro Entre lágrimas,o sentimento escorre Lua cheia esvaziando seu lamento E quando finda a madrugada Avisto o sol da nova estrada Que se abre para mais uma jornada Morte e renascimento Alma eterna navegando pelo espaço Oposições que se entrelaçam Raiblue