O corpo
essa muda
que muda o tempo todo
não se afaste tanto
quando vier já serei outro
a cama é a mesma
mas a dama não está mais presa
ao fantasma que algemava suas mãos
(desaprendeu que dor é gozo)
não sou mais o rosto do seu porta-retrato
sou um nu artístico exposto
como um ato político
um grito
um íntimo sussurro
no meio da tarde
sou qualquer coisa que invade
vadia poesia
perambulando nua
por toda rua
de sinais abertos
quero meu verso nas bocas
traficado
trancafiado
(em outra língua)
vendo fiado
meu poema
(concreto)
hoje eu quero escrever a quatro mãos
nos becos
com Baco
e o meu sapato vermelho
(pisando em você).
.
(RaiBlue)
.
Art by: Vania Yanusic
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