Quando quebro o crepúsculo
Os raios de sol seguro
Como a uma espada
A cortar a noite
Em pequenas miragens
Que emergem do mar
Não ha como escapar
A escuridão é a grande onda
Gélida, muda, vândala
A engolir meu pequeno império
De lucidez
Ergo um templo sobre as águas
Pra te receber
Com calmas correntes de afeto
Que cortam o mar que nos lança
Um sobre o outro
Dos corpos cruzados nasce a lótus branca
Cortando o azul das marinhas tranças
Do tempo que dança apertado
Entre os nossos rostos
Teu olho é o planeta mais distante
Caindo em meu mundo
Em suas voltas pelo centro
De tua ambiguidade
De tua ficção eu sou a cidade
Pra onde sempre retorna
Pra se deitar nas águas mornas
Dos rios dos meus olhos de jade.
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(RaiBlue)
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* Pintura: Trini Schultz
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