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Showing posts from January, 2016

PELA JANELA, UM BLUES PARA RAIBLUE!

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 A lua movia-se com sua pureza no abstrato daquela noite longa, esférica e cheia de tristezas e brisas. Escutava-se ao longe o solo da clarineta de Tony Parenti, ou seria o piston de Max Kominski? Numa movimentada festa de jazz, animava os anjos e demônios que dançavam em verdadeira farândola de tolos e inocentes. O homem, esse ser dito concreto mata tudo que ama e isso levou Santa Teresa, a concluir na gravidade de uma capela:´ seamos todos locos!” O ar nesta noite tem o sabor de um samba de Ismael Silva ouvido depois de um dia de ferocidade urbana. Finalmente com as estrelas a se mostrarem na amplidão dos céus, brisas e reflexões. A vida ora é simples, ora contemplativa, ora metafísica, ora brutal! Ora divinal, ora dantesca. No confronto do homem com a vida, ele corre o risco de transviar a sua pureza, e a vida de sofrer danos na sua elaboração maturada. Pela janela passa Débora com uma curtíssima mini-blusa de flagrante variedade de cores, e os seus ócul...

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Diferente da terra e suas depressões sólidas o mar é oblíquo dissolve tudo em seu (so)beijo quente, tragável, embreagante em suas entrelinhas o oceano é um sentimento no centro da praça no largo azul oscilante freud tentou sonhar mais de uma vez com aquela nossa imagem... as pétalas se encontrando em um moinho entre as pérolas nuas, descamadas, desmentidas. mas não eram elas o cálice era o nosso encontro de anos, o sentido manifesto. . (Danilo Cavalcante) Um presente lindo do meu amado amigo Danilo Cavalcante! https://www.youtube.com/watch?v=H8FJLdtE3vo

BORDEÍS BORDADOS DE INVERNOS

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Acolha-me e colha o tempo em minha pele há sinais abertos ainda que o trânsito louco da existência não fechou meus lugares secretos meus becos são bordéis bordados de invernos (de quentura e licor). Prova-me (que o amor é essa dose de agora) não demora senão o álcool da pele evapora resseco. O tempo é um eco e tudo que quero é que seja de sussurros de amor. (RaiBlue)

DEPOIS DA PELE

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Eu corri em sua direção sem pensar no que viria depois da pele eram tantos campos verdes imensos e tântricos o amor penetrando devagar nossas terras. O horizonte desaparecia no pôr dos seus olhos nos apelos dos meus terrosos castanhos se fundiam ao musgo do mar Egeu da ilha das minhas retinas fim de tarde e era apenas o começo dos galopes nossos cavalos marinhos borbulhavam em busca de fôlego as águas incendiosas recebiam a noite afundávamos no fogo corpos cigarros cama tudo aceso : a mil pés o amor era todo queimadura sem enxertos. . (RaiBlue)

CLARO ESCURO

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  Tão descompassado o tempo que corre entre as pedras do meu peito é tanto eco de lugares que ficam escondidos entre o corpo e seus rochedos saudades que choram no fundo de uma caverna (um himalaia bem no meio) são atallhos de belezas são talhos na minha natureza para que eu não esqueça: " tristezas são coisas acesas " por isso meu escuro me clareia como uma cordilheira incendiária das sombras extraindo o lume das lágrimas e de repente meu coração é uma cigarra e uma canção para acordar os olhos da noite. (RaiBlue)

O AMOR É UMA INFECÇÃO

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Meu coração é um quartzo rosa dentro de uma gaveta esquecida da tua alma aflita e toda tarde uma flauta doce distante lembra o dia em que o entreguei a ti sem lapidar seus brutos contornos porque contigo só sabia amar arranhando. Agora uma macia ausência me dá a consciência da pedra não polida que fomos. Lapido portanto uma nova espera com os dedos sujos de sangue ainda com o coração nas mãos. O amor é uma escultura antiga de hemácias hemoglobinas altas taxas de linfócitos modelando a infecção. . (RaiBlue)

MONTANHOSOS OSSOS

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A lâmina da noite te atravessa mina da lã dos meus pelos o alívio para os teus cortes te dou o éter o álcool dos meus poros anestesia para a tua carne e entre os teus montanhosos ossos cheios de névoas e nervuras me faço riacho e ócio teu sêmem adubando minhas funduras para das minhas mucosas brotarem auroras cor de rosa esqueças as cordas que te asfixiavam a faca à beira do pulso sejas só impulso para os meus múltiplos espasmos estarás curado quando minha loucura me tatuar no teu corpo e toda cicatriz apagada pelo gozo te trouxer de volta à superfície da vida. . (RaiBlue)

INSIDE

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Incide (m) Inside teus olhos. Walk? Whisky ! . (RaiBlue)

PERMEÁVEL SOLO

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Xâmanica minha pele beira de estrada terra ancorada no horizonte evocando minha natureza notívago meu corpo vaga (no) lume cintilam pelos pele palavras no que não tem margem o escuro acende o fogo em chamas a carne chama as estrelas  (do mar) à noite  todo fogo vira água (suores vapores) tremores nos lençóis freáticos do corpo até alcançar  a água subterrânea que acumulo ( permeável solo desejando tua raiz). . (RaiBlue)

INSTINTO À FLOR DA NÁUSEA

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Entre o anjo e o demônio labirinto-me. A maçã e a serpente (que se desenrola como um novelo traiçoeiro) me lançam para dentro. Inferno ameno o meu livre-arbítrio e um crucifixo na porta do peito (vã tentativa de me proteger de mim). Amuletos muletas (nada me salva) maletas cheias de pecados tintos. Instinto à flor da náusea ( quando o prazer acaba sem nenhum vestígio de amor). . (RaiBlue)

(YIN)FINITO)

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Sou feita de éter (n) idades volátil tátil meu corpo toca o (Yin)finito de cada movimento a vida é ritmo e s(yang)ue íntimo é o som que me toca (como um amante) dedilhando arranjos e rugidos devassos múltiplos : mãos e orgasmo. (RaiBlue)