a cortar a folha de papel,
sou os lápis de cores mais claras.
sou teu poema, sou tua pista
sou a poesia que cantas na praia.
se lembra que foi você quem me levou a praia?
mesmo tão distante, mesmo sem nos tocarmos
vimos o por do sol em cores violetas no sólido horizonte
aquele que não se desmancha mesmo quando engole o sol.
respira fundo, respira o teu próprio fumo Rai.
que as cinzas por si só se exilam deste mundo,
e a fumaça que se acumula nos pulmões
é das mesma substâncias que o coração jorra por todo o corpo.
as raizes que se firmam em nosso ventre
se alastra como roncos de trovões.
e gota a gota fazemos um chá de camomila
para tomar naquela velha casa de praia
na varanda aonde se vê perfeitamente o farol.
é nos afogando por debaixo das ondas
que criamos nossas asas
um dia quando saíres totalmente limpa e azul
deste temporal de flores cinzas
sorria, o próprio ato de poderes sorrir já é um motivo bom para ficar bem.
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