Por cima dos ossos
um plissado de silêncios
costura a carne
o grito fica abafado
entre uma vértebra e outra
cava por dentro do osso
alguma saída
nas cartilagens
o amolecimento dos olhos
com alguma umidade
uma saudade enferrujada que insiste em doer
como um poente
na solidão da estrada que me atravessa
choram as paisagens molhando o peito de amor ainda
e eu que o havia matado
o via agora ali
zombando de mim
como um Deus esquizofrênico
fazendo do meu corpo
a sua liturgia.
(RaiBlue)
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