Onde a noite dobra
numa curva insólita
se equilibra o meu peito
tocando o arame farpado do tempo
o silêncio arranhado
vinil de sábados
(depois que o amor acaba
o que sobra?)
a lua estática
me olha
me molha o corpo
enche a taça ( de novo)
a cápsula de águas
estoura
(de dentro da secura da boca)
placenta da memória
parindo gozos
onde tudo era destroços
um troço qualquer bate doido
( e doído)
um coração-granada
uma bomba-relógio
(meu gemido)
.
(RaiBlue)
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