Sunday, July 05, 2015

CORAÇÃO-GRANADA





Onde a noite dobra
numa curva insólita
se equilibra o meu peito

tocando o arame farpado do tempo
o silêncio arranhado
vinil de sábados

(depois que o amor acaba
o que sobra?)

a lua estática
me olha
me molha o corpo
enche a taça ( de novo)

a cápsula de águas
estoura
(de dentro da secura da boca)

placenta da memória
parindo gozos
onde tudo era destroços

um troço qualquer bate doido
( e doído)

um coração-granada
uma bomba-relógio
(meu gemido)

.
(RaiBlue)

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