PRAZER MALDITO




Quero enterrar-te fora da minha carne
como esse cigarro que abandono
na esquina de um inverno rigoroso

à abstinência exposto
dos tragos
e dos estragos de ti

tenho que sentir a dor rasgar os meus pulmões
e que as lágrimas lavem a nicotina do vício
de te ter impregnado por dentro

como um veneno que me davas
disfarçado de absinto

pra não te ver bandido
matando-me de um prazer maldito

e depois
lambendo o sangue nos dedos

como um ritual de amor
(mortal)

.
(RaiBlue)

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