A dor coagulada no peito
lixo arqueológico
de restos impregnados nos ossos
ferrugem blindando o corpo
no gris dessa tarde que manca
e corta lentamente o céu de chumbo
pesa nos ombros o tempo paralisado
nos vãos dessa cidade que sou
em vão caminho pelas ruas do esquecimento
que dão na superfície da pele alva
(poema mudo estirado no chão)
há um silêncio de pedra em cada poro fechado
tuas mãos ainda seguram minhas ancas
(como um diabólico pacto)
a obsessão habita meus becos
Baco ri da minha submissão
em meu gozo masoquista
a dor goza de mim
minha ira é um Irã sem bombas
não consigo te destituir de minhas terras.
.
(RaiBlue)
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