Os sulcos cortando a face
com a foice do tempo
preenchimento, preenchimento
e a erosão continua por dentro
porque nada preenche os dias
desperdiçados nos terrenos baldios da carne
e o corpo vazio
é uma vala de levianos gozos
que toda noite se abre
para morrer um pouco mais
vestido com a ilusão de uma beleza rasa
rasgando as meias em ocas bocas
passa
na impermanência vaza
nunca passeou pelo peito
nunca provou um coração inteiro
segue estéril e inquilino do mundo
sem nenhum poema de amor tatuado no pulso
.
(RaiBlue)
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