Sunday, November 02, 2014

FELINOS








Era noite em mim ainda
quando o dia pedia passagem
o corpo era um rio que fluía
desaguava do outro lado da margem

e você em minha miragem
felino lambia meus (an)seios
bebia o leite no leito do meu nilo
fazia da minha carne um cortejo

e na terra redonda dos meus mamilos
(sem gravidade) descobria outras rotas
seu mundo girando nos róseos picos do meu peito
e na mucosa da flor que se abria toda prosa

enquanto sua língua louca poesia
metia versos obscenos a revelia

e o sol ali nascia 
dos lençóis das águas espumosas
manchando a cama de amor ( em segredo)



(RaiBlue)

2 comments:

Betina Borges said...

És mulher de uma maré
Em ressaca que não passa!
Despertas-me espumas e enlaças
Meu espírito de devassa!

Despertas minha sede em cada gole teu
Como se fosses água do mar
E em quando teus versos dizes
Au revoir
Meu corpo em coro clama:
Menage à trois!

A.S. said...

Sinto o tesão que deixaste nas palavras...
e fiquei com sede nos lábios onde o desejo nunca se deteve.
Sacia-me esta sede devassa,
onde a tua língua nunca passa!...