Monday, October 20, 2014

OBSCENA-ME


Desalinha as horas
Nas entrelinhas do meu corpo
Há uma eternidade a sua espera em cada poro
Quero a sua demora na minha pele úmida
Repele o tempo e me absorve
Nada além desse imenso agora

Atrapalhando o trafego do cotidiano 
Atropelando os planos de paz

Quero sua chegada
Como a surpresa de um sábado
A mais no calendário
Uma guerra que liberta
A perversão contida do meu sexo 
Que guardei só pra nossa batalha

Quero sua espada entre os meus lábios ( os grandes)
Deslizando sem cortar
Nenhum atrito
Somente gritos
E o meu juízo perdido em sua glande

Em estado de sítio quero ficar
Nessa cidade que erguemos em nossa carne
Sobre os destroços da ilusão

Obsceno-me pra você
E essa é minha liberdade
Identidade guardada
Pra me naturalizar em teu país...

(RaiBlue)

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