POEMARÉS

                                                                            Amanheci um tanto underground sobre o zen pálido nanquim mentiras  tiro no peito a morte súbita do amor tudo é luz e sombra sobras assombrando as horas tempo que não volta pátria armada meu coração agora estrada e ventania (RaiBlue)

Aceno Depois do arsênio Vem o vinho  Do outono forrando o chão Encontro-te numa folha do agora  (num tropeço do tempo na minha dúvida)  Não quero rasurar outra vez Traduzo devagar tua linguagem Deito-me em tuas entrelinhas e desmaio Tardes de maio em minha boca carmim inaugurando tua pele Lúbricos os corpos anoitecem Agasalho-te em minha língua Metáforas desenham paisagens No cabaré que se abre  na noite de nós dois... (RaiBlue)

Em que rua perdemos nossos passos? O que antes atraia Agora é foice e fardo É cisco tua covardia Em meu olho ancorado de verdade Como negar o que o corpo revela Com palavras que se dissolvem pelos gestos? Fronteiras cresceram em nosso país Divididos agora somos estados (alterados por hormônios acelerados) Há uma guerra dentro da paz aparente desse silêncio  Nem fuzis nem unguento Nenhum quebranto nem santo nem o tempo Nada aplacará a dor do equívoco (lobo traiçoeiro que devora o coração) Há uma ilha crescendo dentro da noite Não há salva-vidas quando o escuro vem... (RaiBlue)