Friday, September 21, 2012

Eros ou Alcatraz


Pega, aperta, invade, faça
Naõ assina teu atestado de ingenuidade

Começaste bem com bocas flamejando
No desembocar de águas nórdicas
Em águas d'Áfricas
No Zulu

Foste um nada no Soirée
Por quê?
Nao vistes o vestido
Recobrindo o que já não
Se aguentava mais de tanta paz?

"Deixa a profundidade de lado."
Invada, faça e aperta.
O sensorial de Frida
É o teu e o dela juntos!
Vê se aprende, pô!

Só precisas de um céu aberto
E a discrição de um gentelman
Como um diplomata que esconde um nevorsismo infindo
E se mostra à Urbe um paladino a sorrir

Pega, aperta, invade, faça

Tua varanda seria o areópago
De Eros e Vênus
Mas teu super-ego é Alcatraz

Senta-te à mesa do bar mais granfino
E faze dali um cabaré a dois
Sem que os burgueses notem
E até lhes saúdem pelo exagero no estilo.

Toma com ela
Um "trem para as estrelas"
E, do último assento no derradeiro vagão
Faze uma imensa cama de amor
Mas para as câmeras e panópticos
Dá-lhe um "foda-se" sonoro

Paraliza ou mata a urbe
Encaixa os vossos sexos um ao outro
E, ao sol e no asfalto quente,
Ama a Blue
Que a Rai vem.

(Armindo Fábio Costa)


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