Monday, August 27, 2012

...


À superfície dos meus ouvidos
A tua língua ainda me molha
O tempo por dentro não evapora
Na poesia que escreves n(u)os sentidos

Tudo líquido sobre a pele da memória
Apesar das pedras sob os pés
A realidade a cortar nossa trajetória
Mas o amor grita em pulsantes decibéis

A navalha que dilacera minha carne
É  feita de distância e dos teus dentes
A morder toda e qualquer sanidade
Promiscuidade me liberta da razão demente

Que insiste em me deter
Nesse vácuo corrosivo
De não te ter
À beira do meu umbigo

A brincar no domingo do meu corpo
E na relva orvalhada de estrelas
A_noite_Ser...

(RaiBlue)


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