Um ganir do tempo como um segredo
Esculpi os sulcos do rosto no espelho
Rastros de rios secos
Margem espessa
Aguardando novos dilúvios
De dentro de vênus o delta
Há sempre no fundo do poço água
Só resseca a retina esse gosto de nada
Mas guardo a umidade do olho
Oásis pra qualquer deserto
E poços clandestinos pelo corpo
Pra tua sede retirante sem teto...
Repousa teus passos no meu caminho
E os meus rios despertarão do solo seco das lonjuras
Vem com brisa beijo e batuque
E eu noite grávida de lua
Dou-te o lume salgado das curvas
No fino linho que costura a minha pele à tua...
(RaiBlue)
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