A vida é crua
como a carne exposta à boca da noite
o escuro morde a  pouca claridade
de um resto de lucidez
em cada esquina acena um talvez
em cada mão uma flor e uma foice
do humano já nem sei
só sei do bicho faminto
as unhas do instinto
arrancando o amor a qualquer custo
é bruto
quase pedra
o músculo cardíaco das ruas
e antes do infarto fulminante
o gozo dilacerante da desordem
como grito de guerra...

(RaiBlue)

Comments

Popular posts from this blog

NOS BECOS COM BACO