Diálogos de vadiagens...




A miragem está nas ruas
Ventos sopram rubros cabelos
Os ventres entoam cânticos
e sátiros-exu anunciam minha chegada
Esse amor-fantasia entrudo
Disfarça tua face triste
Colombina, baiana, Menina 
(não de
engenho)
Dona Flor sem Vadinho
Danadinha flor aberta em úmida cama
Sacana me ama e engana meus lábios
Mas se dana quando me vê, olho-esmeralda
Sei lá o que perpassa tua alma
Só sei que ela se agita se enrosca se acalma
Quando a lua alta vem.
mostrar

(Sérgio Bezerra)



E lá vem ele com seu (tri) dente
A rasgar-me a carne e a madrugada
Serão meus rubros cabelos
Seduzindo os ventos e acertando em cheio
O seu coração altaneiro?
Ou será escravo dos ventres que carregam o mar
Seu habitat natural onde sempre quer morar?
Ah, sátiros-exu ! Querem me enlouquecer!
Trazem o homem que eu desejo
E por uma noite sou Flor sua rainha
Pra depois nenhum quebranto
Tirá-lo do meu corpo e d'alma minha
Será mesmo que esse amor-fantasia
Disfarça minha tristeza e o meu segredo?
Ou diz ‘faça com que eu seja mais que um vício’
E duela comigo?
Eu e minhas águas
Ele e seu ofício de ser sempre
O cavaleiro de Aruanda
Que chega de repente
Quando a lua enfeita a cama
Com um rendado prateado pra nos deitar...

(RaiBlue)

Comments

Sérgio Bezerra said…
Assim vc me mataaaa!
Sérgio Bezerra said…
Assim vc me mataaaa!

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