Friday, March 05, 2010

Todo silêncio borda paisagens (Miragens?). O que enxergo por  dentro do mirante dos meus pensamentos é pássaro indomável, não cabe na gaiola dos conceitos. Na vacuidade dessa região misteriosa, tudo e nada atravessam o estômago, e a azia da definição amarga a boca.
Metáforas nascem no escuro do coração, querem ultrapassar a garganta e voar, mas o pulmão não contém o ar necessário para impulsioná-las, desaprendeu a res_pirar, e suas asas ficam presas às cordas vocais. Nenhum sentido escapa, nenhum som, senão o da acidez do não dito, o escuro preso na boca, imastigável...

Engasgar-se com as próprias asas é a pior das clausuras...

(Raiblue)

1 comment:

Evas Marias e Clarices said...

Ainda assim se vive. Ou sobrevive-se,e melhor, expande-se. Só não vale dizer que não. Mas a julgar pelo texto o crescimento do SER é proporcional. Abraço! Obrigada pela partilha. Paz e bem!