Somos feitos de músculos, silêncios e estrondos
Moluscos amantes na concha que se entrega ao mar...
O destino a onda que arrebenta no acaso
E no sem sentido cem sentidos tatuam algas nas águas do corpo...
É o verde retirando as pedras
Desbravando terras que ainda transpiram
Na secura de um país quase deserto...
E o orvalho do instante fertiliza o eterno
A liberdade é um poema concreto ...de carne
Matando a fome nos becos da orgia da língua
Saciando a sede nos rios de açucenas
Açudes nas bocas que se perdem uma dentro da outra
Poesia que se afoga nos abismos que afagam...
Nas entrelinhas o prato é fundo
[cabe o verbo engasgado do mundo!]
Mas nem todos enxergam no escuro
E morrem de fome às claras
[a fera na esfera do olho amordaçada]
Afundam no raso e a poesia vai pro ralo
Da vida hipotecada
Do vazio que vaza das grades do olho
Alma sem janelas...
Jaula!
(RaiBlue)
1 comment:
Adoro tua maneira simples e direta de dizer o que sentes, o que entendes tambem o que mentes (parafraseando Pessoa), que sai de tua mente.Fico muito contente em estar aqui. Beijos Calientes...
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