Sunday, December 20, 2009

No at_içar da íris...


 
Nos grandes sertões das cidades
As grades e as veredas que se abrem no olhar
Varanda que dá para o mar que aplaca a seca da alma
E traz a chuva que fecunda os olhos de navegar...
Marujo meu coração deixa o cais
Parte as correntes do medo
E faz da correnteza aconchego
Só se encontra quem se perde
Pelas paragens onde as pedras
São degraus para avistar outras terras...

Todo abismo clama por coragem
Nem toda viagem requer um destino
Clãs pelas savanas do desconhecido
At_içar a íris, mergulhar no avesso e costurar sentidos
Anarquista, minha lei é o risco!
Alquimista do impossível, sonho!
Mais que um caminho, eu quero o caminhar descalço
Da alma que se suja do barro dos becos
Do corpo que cede à febre do instinto
E fede bem menos que os hipócritas puritanos!
Sou o divino humano que há na frágil razão devorada
Pelo bicho solto da emoção engolindo entre os cactos
Todo o oásis como se fosse mar...

E nesse incerto amanhã que há nas ondas
Eu quero o afogar das viagens insanas
Num lúcido afagar de mãos desbravando continentes
Onde tudo parecia naufragar...
Não quero menos que o infinito
Nesse instante que nasce pra durar!!!

(RaiBlue)

1 comment:

IVANCEZAR said...

O mesmo comentário que postei no OVERMUNDO:

O abismo clama por coragem ... excelente !
Mas clama também pela engenharia do pensamento
pela arquitetura das ideias
pelo "designer" equilibrado ...
porque mesmo o abismo tem sua beleza inserida no todo do panorama, desde que ele seja entendido como o próprio abismo
Somos humanos ? - claro !
As imperfeições nos acompanham e assim seguirá sendo enquanto persistir a espécie humana ...
O problema é a insenibilidade - que parece só os poetas a enfrentam
Tal Quixotes somos , ora cavaleiros, ora Sanchos-escudeiros ...
Parabéns pelo trabalho e FELIZ NATAL !