Tuesday, June 30, 2009

Existo, logo penso...



No silêncio do mar

O meu tumulto mudo
Os meus olhos[que longe de ti] se perdem
Na melancolia de um ser que não se sente

Apenas passa entre o nada de sua própria ausência
Sozinho entre as ondas da náusea
De pensar e não poder existir
[Descarto Descartes]
Navego sem ser preciso
Num desassossego maldito
Como se chegar fosse impossível
Estou sempre à margem de mim
[sem o porto que são teus olhos]
Não me vejo apenas finjo
Não sou aquele que me olha no espelho[argumento]
sou estranho a mim mesmo
sem tuas retinas
sou a cortina que impede o espetáculo
um ator que se perdeu na personagem
não há combate nessa guerra previsível
onde meu maior inimigo sou eu
[que inexisto]
Preciso dos teus olhos que me despem
antes que minha nudez seja impossível
e eu seja condenado ao pensamento
pura representação de um desconhecido...

(Raiblue)

1 comment:

IVANCEZAR said...

Voce e o mar
Seus versos azúis
Sempre belos
Parabéns !