Tuesday, March 11, 2008

Liberdade, ainda que poesia!

Coágulos de pensamentos
Explodem na noite sanguínea
Derrame de desejos
Inferno no peito
E uma dantesca solidão...


Da janela, aguardo um cometa
Qualquer coisa
Que não me submeta
Que me salve de mim...


Hoje não quero me enfrentar
Quero somente transbordar...esvair...
Consentir todos os delitos
Ser o poeta maldito
Cuspindo as dores
Nos bueiros da carne!


Hoje quero me prostituir
Sem cobrar nada
Hoje me dou de graça
Sem medo do gatilho
Da manhã seguinte...


Hoje eu atiro na vida
E renasço livre
Do tédio dos dias
Dos remédios e horários
Dos medos diários...


Quero uma overdose de delírio
Tocar o nirvana dos meus sentidos
Num trance ... drum’bass
Ou qualquer ritmo...


Só por hoje
Aborto a culpa
Corro o risco da inquisição
Atiro-me na fogueira
E mordo as estrelas
Lambo cada ponta
Meto a língua no meio
E a palavra cadente
Desafia o caos!


Goza o céu...
Gozo eu...
E o universo inteiro!

Partículas de versos
Orvalham a madrugada
Puro néctar...
O último gole de vodka
A última gota de poesia...

Enquanto o dia nascia...

(Raiblue)


3 comments:

T S said...

Oi
adorei seu blog
convido vc para Lusitana Ilusao
espero que goste
bjs inocentes
ts

Gustavo Adonias said...

Rai, belíssima poesia, densamente delirante, loucamente bela, delicadamente maldita! Adorei. Parabéns por abrir caminhos tão poéticos em meio ao tédio e caos diário. Livres, ainda que digam que não. Liberdade, ainda que poesia!!!

Grande beijo...

Thiers Rimbaud said...

Blue,pensa bem...
"....
Da janela, aguardo um cometa
Qualquer coisa
Que não me submeta
Que me salve de mim...
...."
Quem escreve um poema deste, não precisa salvar-se de si.. vc é o cometa. Queria eu que o mundo fosse povoado de de Blues e não de um mundo cão. vc é um poema que pensa anda e no brinda em taças de cristal.