Seres outonais...





















Outono, palavras e destinos me escapam,caem como folhas,deixando apenas vestígios de eternidade,de uma história que nem chegou a acontecer, senão nos meus pensamentos...Tudo agora é silêncio e mistério, sou uma rua deserta aguardando algum sinal de vida.Silencio.Só podemos ouvir o silêncio,de fato, no silêncio pleno,inclusive de nós mesmos...Não pensava um dia dar de cara com ele,pois as palavras nunca me deixavam em paz.De repente,misteriosamente, elas se dissolvem em meio ao meu excesso de pensamentos e um branco apaga todo e qualquer registro.Medito.Não penso, logo existo,contrariando Descartes!Pois somente não pensando,sentimos a essência das coisas e de nós mesmos.Só somos, quando não racionalizamos,porque ao racionalizar,criamos coisas e pessoas.No meu casulo, sou qualquer coisa amórfica,indefinida,algo mais próximo de mim... E assim, outras tantas vão florescendo, a cada nova estação...

Raiblue

Outono,Intermédio
Entre o verão e o inverno
Nem frio, nem calor
Neutralidade,silêncio
Uma pausa nos sentimentos
Paisagem bucólica
Profunda,misteriosa
Melodia melancólica
Esfoliação da carne e da alma
Para sua renovação
Numa próxima estação

Raiblue
Em 18.06.06

Estamos sempre mudando,como as estações.Os outonos são necessários,apesar de doloridos,
mas quando compreendemos que eles são apenas passagens,e que tudo que for verdadeiro será sempre infinito,porque faz parte da nossa essência,uma confiança nos acalma e nos libertapara vôos cada vez mais altos na escala do amor...Tudo passa,somente o amor permanece.

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